sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um campo de cervejas e pebolins. Tuas birras com meus livros, me deixa, me deixa quieta. A ressaca dos meus olhos que te puxam pra dentro e te choram de novo. Tua, sempre tua, menina de tiara e sapatilhas, os cabelos despenteados. Não se preocupe com o cigarro, vou diminuir. Não se preocupe com os palavrões, serão delicados. Ninguém saberá do meu medo, nem eu. Serei linda e bem vestida durante a semana; sorrirei. E ao final dela, no escuro da coxia, talvez na sexta ou no sábado, sem que ninguém veja, pensarei em você de um modo muito corajoso. Aí sim, vou chorar, porque em cena parece que não há nada. Não há mundo, não há dor, não há nada senão nós dois andando pela Liberdade e rindo dos carros na Vinte e Três de Maio.

Amo-te. Lembra disso? Amo-te.

Fernanda D'Umbra em parceria com as minhas modificações sempre necessárias.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Carta de um estadunidense para o Brasil

Caros amigos brasileiros e “ ricaços “,

Vocês brasileiros pagam o dobro do que os americanos pagam pela água que consomem. Embora tenham água doce disponível , aproximadamente 25% da reserva mundial de água Doce está no Brasil. Vocês brasileiros pagam 60% a mais nas tarifas de telefone e eletricidade . Embora 95% da produção de energia em seu país seja hidroelétrica ( mais barata e não poluente ) . Enquanto nós, pobres americanos, somente podemos pagar pela energia altamente poluente, produzidas por usinas termelétricas à base de carvão e petróleo e as perigosas usinas Nucleares. E por falar em petróleo…

Vocês brasileiros pagam o dobro pela gasolina, que ainda por cima é de má qualidade, que acabam com os motores dos carros, misturas para beneficiar os usineiros de álcool . Não dá para entender, seu país é quase auto-suficiente em produção de petróleo (75% é produzido aí) e ainda assim tem preços tão elevados. Aqui nos EUA nós defendemos com unhas e dentes o preço do combustível que está estabilizado a vários anos US$ 0,30 ou seja R$ 0,90 Obs: gasolina pura, sem mistura. E por falar em carro…

Vocês brasileiros pagam R$ 40 mil por um carro que nos nos EUA pagamos R$ 20 mil. Vocês dão de presente para seu governo R$ 20 mil para gastar não se sabe com que e nem aonde, já que os serviços públicos no Brasil são um lixo perto dos serviços prestados pelo setor público nos EUA. Na Flórida, caros brasileiros, nós somos muito pobres; o governo estadual cobra apenas 2% de imposto sobre o valor agregado (equivalente ao ICMS no Brasil) , e mais 4% de imposto federal , o que dá um total de 6%.No Brasil voces são muito ricos, já que afinal concordam em pagar 18% só de ICMS. E já que falamos de impostos…Eu não entendo porque vocês alegam serem pobres, se, afinal, voces não se importam em pagar, além desse absurdo ICMS, mais PIS, CONFINS, CPMF, ISS, IPTU, IR, ITR e outras dezenas de impostos, taxas e contribuições, em geral com efeito cascata, de imposto sobre imposto, e ainda assim fazem festa em estádios de futebol e nas passarelas de Carnaval. Sinal de que não se incomodam com esse confisco maligno que o governo promove, lhes tirando 4 meses por ano de seu suado trabalho.De acordo com estudos realizados, um brasileiro trabalha 4 meses por ano somente para pagar a carga tributária de impostos diretos e indiretos. Segue…

Nós americanos lembramos que somos extremamente pobres, tanto que o governo isenta de pagar imposto de renda todos que ganham menos de US$ 3 mil dólares por mês (equivalente a R$ 9.300,00), enquanto aí no Brasil os assalariados devem viver muito bem, pois pagam imposto de renda todos que ganham a partir de R$ 1.200,00. Além disso, voces tem desconto retido na fonte, ou seja, ainda antecipam o imposto para o governo, sem saber se vão ter renda até o final do ano. Aqui nos EUA nos declaramos o imposto de renda apenas no final do ano, e caso tenhamos tido renda, ai sim recolhemos o valor devido aos cofres públicos. Essa certeza nos bons resultados futuros torna o Brasil um país insuperável.
Aí no Brasil voces pagam escolas e livros para seus filhos, porque afinal, devem nadar em dinheiro, e aqui nos EUA, nós, pobres de país americano, como não temos toda essa fortuna, mandamos nossos filhos para as excelentes escolas públicas com livros gratuitos. Vocês, ricaços do Brasil, quando tomam no banco um empréstimo pessoal, pagam POR MÊS o que nos pobres americanos pagamos POR ANO. E por falar em pagamentos…


Caro amigo brasileiro, quando você me contou que pagou R$ 2,500.00 pelo seguro de seu carro, aí sim eu confirmei a minha tese: vocês são podres de rico! Nós nunca poderíamos pagar tudo isso por um simples seguro de automóvel. Por meu carro grande e luxuoso, eu pago US$ 345,00. Quando você me disse que também paga R$ 1.700,00 de IPVA pelo seu carro, não tive mais dúvidas. Nós pagamos apenas US$ 15,00 de licenciamento anual, não importando qual tipo de veiculo seja.

Afinal, quem é rico e quem é pobre ?Aí no Brasil 20% da população economicamente ativa não trabalha. Aqui, não podemos nos dar ao luxo de sustentar além de 4% da população que esta desempregada.

Não é mais rico quem pode sustentar mais gente que não trabalha?

( Não-sei-a-fonte-mas-achei-interessante-e-postei )

domingo, 15 de novembro de 2009

Toda a pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.

Paulo Mendes Campos

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O amor me chamou pra um outro lado e eu fui atrás dele. Eu pensei que se eu não fosse, a minha vida inteira ia ser assim. Vida de tristeza, vida de quem quis de corpo e alma e mesmo assim não fez. Daí eu fui. Eu fui e vou, toda vez que o amor me chamar,vocês entendem?
Como um cachorrinho abanando o rabo, mas coroada como uma rainha.

Lisbela e o Prisioneiro


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Na parede de um botequim de Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar.
Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem.

Ou seja: Ótimo! Ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca.

Eduardo Galeano

sábado, 7 de novembro de 2009

Me perguntam se com esses meus textos tenho alguma intenção de fazer apologia de consumo de álcool. Porra nenhuma. Eu só faço apologia de não caretice. A gente vive numa porra de mundo careta demais e sinceramente tenho ficado de saco cheio disso. Ninguém precisa encher a cara pra ser um cara legal. Há muitos caras legais que conheço que só bebem Fanta Uva. Aliás, Fanta Uva é muito legal. Eu gosto de beber, só isso. Se gostasse de usar drogas , também ia dizer. Todo mundo sabe que alcool faz muito mal pra saúde. Pode matar. Meu pai, por exemplo morreu de atrofia cerebral de tanto beber, porra. Mas o que ninguém diz é que caretice também mata. Você nem percebe, mas tá morrendo. Subserviência e caretice deixam suas bolas do tamanho de bolinhas de gude, maluco. E eu não nego que identifico muito mais dignidade num bêbado de rua que em qualquer desses merdas brandindo talheres milionários em jantares familiares. Dia desses um bebum colou em mim e mandou: "Aí, Irmão, descola uma grana pra mim. É pra cachaça mesmo". Até brinquei com ele parodiando a Regina Casé no extinto Tv Pirata: "Porra nenhuma, Maluco. Você pensa que me engana? Tu tá é a fim de encher a cara de pão". Ele riu. Passei a grana pra ele que foi beber sua cachaça, feliz da vida. Enquanto isso, alguns pulhas se reunem em frente a uma lareira depois do jantar e contabilizam quanto ganharam com o último golpe que deram e que vai reverberar justamente no bebum que tá desempregado e que me pediu dinheiro pra uma cachaça. E enquanto isso suas mulheres estão na sala de estar contabilizando o numero de caralhos que engoliram no último mês. Que se fodam.

(Bortolotto)



Sempre tive um puta tesão por quem escreve com as vísceras. Arrisco até dizer que nem gostaria tanto desse texto se fosse escrito de um forma assim, mais-ou-menos-o-que-passaria-no-jornal-hoje-da-rede-globo.
Todo mundo saca quando um texto é escrito ao som de um blues. É o sangue nas palavras minha perdição.

Sempre foi o sangue.


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