segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Eu sempre me apaixonei muito fácil. Uma palavra, um gesto, uma atenção e pronto, mais um pra ser paixão eterna até amanhã. Talvez por carência excessiva, talvez por medo do marasmo, sei lá. Eu trocava de paixão como eu trocava de calcinha, ouvi isso uma vez um amigo querido, e ele tava certo.

Mas a verdade é que paixão nunca foi suficiente pra que eu sentisse vontade de assumir um relacionamento. Eu sempre tive pra mim que seria preciso carinho, admiração, companheirismo, tesão e principalmente, amizade, para que eu pudesse construir um caminho ao lado de alguém.
Aquela coisa de ouvir sininhos, ver o mundo girar, sentir borboletas, nunca combinou comigo. Quer dizer, eu até tentava, mas não durava o tempo de colocar o pé no chão.

Aí, num domingo qualquer de um mês qualquer, num bar qualquer, eu conheci o Airton. E de cara, surgiu uma amizade gostosa, desde o primeiro dia eu não consegui fazer tipo, nem jogo de sedução, nem o plano frustrante de não pagar mico eu consegui levar pra frente. E a gente se conheceu como se já se conhecesse desde sempre. Não teve um instante mágico, teve uma construção de momentos que eu só imaginaria ao lado de um grande amigo e cúmplice, com um pequeno detalhe, poderia ser um grande amigo, mas era naquele peito que eu sentia vontade de acordar todos os dias.

E só pra completar, talvez o detalhe que tenha me feito pensar "É ele!" foi ter tido a estranha certeza que meu filho nasceria com a mania de franzir a testa diante de algo inesperadamente bom, quando ele franziu a testa pra mim pela primeira vez...


Só pra dizer parabéns, eu te amo, e obrigada, meu amor. Por me dar sorte na vida.