sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de setembro

Dia 18 vence meu aluguel... aliás, não meu, mas de coisas deixadas pra trás. 600 paus a porra do aluguel e eu nem moro mais lá. Ninguém mora lá. As porras das indenizações que acontecem na vida de um homem bom. O extrato do banco me mostra um número que não chega ao tamanho do meu pau duro, em centímetros. Hoje foi um dia bacana... ontem à noite fiz a barba, pela primeira vez de cara lisa em pouco mais de um ano. Ressalta os dentes podres, mas a água é muito limpa.

É porra nenhuma, no fundo do poço é só lama, lama fedorenta que não fede por estar embaixo d'água. Aqui onde estou, Renato Russo é rei, ativo, pirocudo e adora me comer. Só que o filho da puta não paga. Nem boquete ele paga pra mim... se pagasse, ia ser uma maravilha. Cada chupada, dé rreal, noves fora, com 60 chupadas gays na minha rola, eu pagaria o aluguel. Mas nem isso. O foda seria ter que ficar 60 vezes de pau duro pra boca do desgraçado gazelar. Isso, porque sou um vagabundo. Sou laranja de 3 empregos. 3 empregos, dia 11 e eu devendo. Mas o Brasil vai ficar rico.

E hoje foi um dia bacana... vou começar a trabalhar com a população de rua, lendo contos e poemas pra eles dramatizarem depois. Fechei hoje. O dia foi bacana até a hora em que fui tirar dinheiro para meu cereal noturno. Aí, Renato, o Russo, a Irmã Karamázov, veio e pegou de jeito. Furou até meu jeans. Estátua na parede e tome pintada.

Hoje, não vai ter bar, não vai ter whiskey, nem uma bosta de uma água mineral vai ter. 11 de setembro, dia em que as siamesas torres entraram feito boeings no meu rabo. Viva o Bradesco. Viva Renato Russo. Viva as desgraçadas que me fuderam. Viva a puta que pariu.