sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Verdades

Estou com preguiça de escrever algo útil... Então apenas trago algumas verdades.

A Paty é louca.
A Fê não vale nada.
O Izael, vulgo Senna é viado.
O Renato adora peidar em sacos alheios.

Em breve mais alienados estarão presentes nesse blog.

Um Dia de Merda

Aeroporto Santos Dumont, 15:30 . Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas . Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. " Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo ." O avião só sairia as 16:30.Entrando no ônibus, sem sanitários . Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: "Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro"Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda . O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante:"Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido à obras na pista ." Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele . E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado .Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que da vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada . Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal .Mas sem dúvida, a situação tava tensa . Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério : " Cara, caguei." Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou - me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle . " Que se dane, me limpo no aeroporto " - pensei . "Pior que isso não fico ." Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte . Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda . Desta vez, como uma pasta morna.Foi merda para tudo que e lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés . E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade . E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado . Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa . E me caguei pela quarta vez .Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca , mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pelos do rabo junto . Mas era tarde demais para tal artifício absorvente . Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada .Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas.Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco . Olhei para cima e blasfemei: "Agora chega, né ?" Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço ) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia .Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o " check-in " e ia correndo tentar segurar o vôo . Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte . Ele tinha despachado a mala com roupas . Na mala de mão só tinha um pulôver de gola "V". A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus .Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis . Minha cueca , joguei no lixo . A camisa era história . As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda . Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10Teria que improvisar . A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnifica máquina de lavar . Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água..Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu . Estava pronto para embarcar . Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calcas do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola "V", sem camisa . Mas caminhava com a dignidade de um lorde.Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando " O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO" e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria . A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo . Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: " Nada , obrigado . Eu só queria esquecer este dia de merda !!! "

Listinha

Listinha de coisas quase imperdoáveis que só os homens fazem por você:

1- Olhar para a bunda de outra mulher enquanto diz que te adora sentado de frente pra você numa mesa de bar.

2- Dizer "Que bom!", efusivamente, quando você diz que emagreceu alguns quilos.

3- Dizer, no meio de um papo sério, que você é uma pessoa altamente zuável e que ele se controla pra não tirar uma com sua cara várias vezes durante o dia.

4- Negar um beijo no meio do bar lotado, mesmo que para isso, ele tenha que se debruçar sobre a mesa cheia de garrafas de cervejas para se fingir de durão.

5- Tocar sempre no assunto "ex-namorada". Sempre a mesma ex, do primeiro ao quinto encontro.

6- Não acreditar no que você diz, mesmo que você já tenha repetido mil vezes que não faz mais aquilo que você fazia aos seus 17 anos.

7- Bancar o difícil no fim da noite e parecer um iceberg ao teu lado no carro, enquanto você transpira larvas de vulcão.

8- Gravar dois cds pra você, com mil músicas em cada um, e esquecer justamente a que você mais gosta. Exatamente a que te faz lembrar dele.



*


Entre outras coisas que seriam imperdoáveis-sem-quase, não fosse a voz canalha de Carpinejar soprando no ouvido que, "uma mulher perdoa tudo em um homem, menos que ele não a ame com coragem".
... É lamentável ver mulheres saudáveis, bonitas, inteligentes, com uma vida de oportunidades inteira pela frente, sucumbir a idéia de que a felicidade esteja diretamente relacionado ao IMC abaixo dos 20.
E o mais lamentável é perceber que a sociedade em que vivemos apóia e bate palma pra tamanha idiotice, como se a capacidade de uma mulher fosse medida pela numeração de sua calça jeans.

Ah sim, há algo ainda mais lamentável. Lembrar que essa mesma sociedade é formada por duas fatias do bolo (com o perdão do pleonasmo). A primeira é formada por pessoas que abraçam essa ditadura do alface, e que acabam por darem mais importância ao ponteiro da balança do que a própria saúde física, e a segunda, formada por pessoas que passam a vida tentando e não conseguem se encaixar no padrão estético ISO 2000 IMC -20, e que acabam por darem mais importância ao ponteiro da balança do que a própria saúde mental.

Já está mais do que na hora das pessoas se livrarem do peso (opa, outro pleonasmo) de refeições servidas em pratos de culpa regadas ao molho de paranóia. Comer saudavelmente não é sinônimo de passar fome. E ossos saltados não significam beleza absoluta.

Ou isso, ou seremos obrigadas a tomar uma medida drástica. Saíremos as ruas com nossas barriguinhas, pneuzinhos e culotezinhos pintados de verde e amarelo clamando pelo direito de continuarmos sendo apenas o país da bunda grande.

Lembram dos caras pintadas? Funcionou, não é?
Pois é.
Era início de verão, ou fim de primavera, tudo sempre depende do ponto de vista. Prefiro optar pelo início de verão porque sempre me senti atraída por começos. Era um dia sem sol e sem chuva, mas nem por isso sem charme. Se viram pela primeira vez sem a proteção dos céus e a poesia do vento, num ambiente, digamos, tumultuado. Ninguém precisa de proteção dos deuses quando se tem vontade, pensaram quase instantaneamente.

Teve um abraço, um abraço esperado há alguns meses. Um abraço de quem já se conhecia mesmo sem se conhecer, e um encantamento que só as expectativas trazem. Conversaram com palavras, toques, cheiros e gostos, quase como uma urgência da alma. Era importante que fosse assim.. Era preciso. Não tiveram tempo de pensar no que havia sido antes, nem no que haveria de ser depois. Não quiseram pensar, não conseguiram pensar. Algo daquele momento os preenchia de uma forma que não deixava espaço pra nenhum outro pensamento, senão estar ali, à sorte do que estavam arriscando viver.

Era certo que naquele momento existia sintonia, que existia carinho, que existia tesão. Assim como era certo que não existiam planos pra depois daquele encontro. E era exatamente essa certeza que os fazia tão vivos e intensos naquele instante. Tenho pra mim que todos os encontros, todos os gestos, todas as ações, deveriam ser assim, concentradas no tempo exato em que acontecem.

Caio Fernando Abreu adora usar a expressão " neste momento ”, e acho, de verdade, que é o único jeito de se viver por inteiro uma situação. Neste momento é quase uma declaração de entrega sem cobranças. É quase a tão sonhada liberdade da espera assustada e insegura pelo que virá depois.
E foi assim que aquele verão começou para os dois. Sabiam que não seria o início de uma história de amor, mas a verdade é que não pensavam em saber o que seria. Não se importavam em dar nomes ou condições ao que estavam vivendo. "Ninguém precisa parecer absurdamente feliz para os outros, para se sentir absurdamente feliz". E viveram. Intensamente viveram.

Gosto de pensar que algumas coisas acontecem, marcam e ficam sempre guardadas. Viver assim, sem cobranças ou expectativas. talvez signifique nunca ter um raio de sol guardada dentro de uma caixinha na cabeceira da cama, mas quem já sentiu a força de um furacão batendo no rosto aprende a fazer seu próprio calor, mesmo cercado de neve.
São Paulo tem gosto de café puro, quentinho, servido num copo americano de um balcão de padaria. Gosto de pão na chapa. De feijoada as quartas, pizza aos sábados e macarronada aos domingos. De arroz com feijão no restaurante da esquina. De china in box nos feriados. São Paulo das receitas do mundo.

São Paulo tem cheiro de chuva em dias de sol escaldante. Cheiro de neon ao anoitecer. De fumaça de cigarro de menta. De perfumes doces. De frutas ácidas. Cheiro de asfalto com flor do campo no meio dos concretos. Cheiro de infância. De sexo barato. Cheiro de maçã do amor. São Paulo dos aromas marcantes.

São Paulo tem a cor vermelha da paixão pela vida. O rosa da ingenuidade das crianças que ainda são crianças. O verde da sorte que talvez só venha amanhã. O amarelo da energia pulsante de uma cidade que não para nunca. O branco da paz que se perdeu em meio ao cinza da ganância e do egoísmo, mas que ainda se busca no que restou da cor nos olhos alheios. O preto da força, dá volta por cima, do aguentar todo dia. São Paulo da cor lilás das diferenças. São Paulo da aquarela do Brasil.

São Paulo tem cara de trabalhador. De gente que levanta às 4 da madrugada e só volta pra casa quando o dia já virou outro dia. De gente que pede esmolas nas esquinas. De gente pilotando seus carrões de luxo. De gente que é vítima da violência. De gente que propaga a violência. De gente com sobrenomes que dão sustento. De gente que batalha pra sustentar seus filhos. De gente que passa fome. De gente que desperdiça comida. De gente que ri das degraças alheias. De gente que desgraça as risadas alheias. São Paulo de todos os princípios que sucumbem as paixões.

São Paulo tem som de grande concerto ao ar livre. De buzinas de carro. De pássaros cantando. De cachorros latinho. De gente ao celular. De risadas escandalosas. De choros compulsivos. De acorde de guitarra. De bateria de escola de samba. De nota de violão. De contagem de tango. Da batida do hip-hop. De entrada de bolero. São Paulo do som do pulsar de um coração gigante.

São Paulo de todos os gostos. De todos os cheiros. De todas as cores. De todas as caras. De todos os sons.

São Paulo de todos os mundos. São Paulo de um único brinde: "Por tudo o que a gente quiser e quiser e quiser..."
"No exercício da vida, essas coisas acontecem: você se separa do seu melhor amigo e, de repente, tem que fazer uma caminhada diferente, sozinho. Mas jamais acreditei que isso pudesse ser definitivo. Não que a gente tivesse que voltar a fazer música. Mas nunca me passou pela cabeça que não fôssemos mais tomar uma cerveja juntos. Jamais."


Depoimento de João Bosco, depois de retomar a antiga parceria e amizade com Aldir Blanc.



Eu já disse que só na amizade se encontra essa sensibilidade filha da puta de "ternos-retornos"?

Qualquer coisa assim, de especial: "A gente sempre volta pra gente".

PAU NO CÚ da moda, do visual, e da sociedade moderna!

Eu já nem sei quando foi que a sociedade perdeu seu senso de respeito. O defeito de um é a muleta do outro. O intelectual e agradável foi engavetado, e a moda "você é o que você veste, e o número que te serve" veio com tudo, em todas as esferas da sociedade... Na própria empresa onde trabalho, quem é "descolado" é popular, agradável, produto de academia e seguidor das novas tendências do "o que é preciso para ser popular". Prefiro continuar na minha "coisa antiga e estranha", ainda mando tudo à merda, e vou morar numa caverna!