sexta-feira, 2 de abril de 2010

Silenciar

Para quem adora falar e backing vocar, a pior dor do mundo é se calar quando se deseja muito dizer. Há momentos onde uma letra mal colocada pode ferir, e nestes momentos eu me torno um criado mudo. Imóvel, duro e receptor de pesos que se transmutariam em lágrimas de alívio se o imóvel se movesse e falasse.
Tempo fechado aqui. Ruim, bem ruim mesmo. As coisas acontecendo como se uma bola de neve assassina me atropelasse me deixando sem movimento, sem reação e sem ar. Foda. Apesar de todo o carinho e preocupação de tanta gente que me ama e se preocupa comigo, ninguém tá na minha pele. Os amigos mais próximos dizem que é bom desabafar os problemas deles comigo. Não porque eu os entendo e estou numa fase boa pra dar conselhos. Pelo contrário. Quando eles começam a contar os problemas deles pra mim, automaticamente eles lembram do que eu tô passando, e aí eles percebem que não tem porra de problema nenhum. Problemas mesmo são os meus. Pois é, eu virei parâmetro de desgraça. E nem vou escrever o que mais me aconteceu depois que a bola de neve começou a descer pra não fazer chorar aqueles que passam por esse blog. Eu tô num arregaço físico-mental e emocional que nem eu consigo entender como ainda levanto da cama todas as manhãs. E nem é drama dessa vez. Tá bem foda. Dizem que o tempo resolve essas coisas, sei lá, até lá procurem não reclamar do inferno astral de vocês perto de mim. Eu nunca disse que eu não era grossa. Legal. Agora eu virei uma grossa sem compaixão pelos problemas alheios.

E pensar que até o mês passado eu reclamava da vida por puro charme... Vidinha filha da puta essa que a gente leva...