terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quem sou eu

Um a mais, um a menos, mais letra que número, mais carne que alma. De todas as formas de se fugir de clichês eu já experimentei, mas, verdade seja dita: ...
Maldita seja a verdade, que vicia, maltrata e em pouca coisa complementa. Eu, que de tão estúpido, passo com louvor em todos os caminhos ferozes. Quando não sangro, faço sangrar e tinha sempre a resposta na ponta da língua, quando levado ao Papa. O que sou hoje só ocupa meu espaço, não sidero nem considero, embora certeiro na trajetória. Já fui homem de pão, de quarto quente, de luz acesa e toalha esticada. Hoje eu tento separar as coisas que de mim se separaram. A vida estoura, de rojão enfiado no meu ouvido, as comemorações de que não participo. Não sou gente bonita, não sorrio pra não ficar mais feio, não acho dinheiro na rua nem no bolso da calça lavada. A maioria me chama por outros nomes, que não o nome bonito que tenho. Sina do sui generis a alusão com as figuras fáceis. Sou de pequenos e imbecis prazeres, sou de música e de travessias, de pousos e esquecimentos. Quem me conhece sabe.

Mas ninguém me conhece.

Never give up

Hoje o sol bateu em minha janela como se estivesse usando uma luva de quatro onças.

Sem pensar virei para o canto esquerdo da cama e me vi fechando os olhos e cobrindo a cabeça:

- Sai pra lá luz filha da puta, volte quando eu estiver de férias – resmunguei comigo mesmo.

Em alguns momentos, as trevas e toda aquela coisa “dark” que os emos adoram, e que conseqüentemente, adoramos criticar, é mais indicada para nós... Bom, para mim, eu diria.

Hoje me vi diante de um problema que poderia me trazer a luz ou as trevas. Havia duas chances:

1- Encarar aquilo como uma oportunidade de crescimento e o quanto eu sou bom em resolver problemas.

2 - Me omitir. (Qualquer semelhança com tropa de elite é mera semelhança).

Eu diria que a segunda opção é a “mais” melhor... Digo isso, pois ambas são boas e tudo depende do quão “dark” ou “light” você se encontra no momento. Hoje, além de desistir, confesso não ter entendido como matei o leão de ontem sendo que ele tinha mais cabeças.

Será que meu queixo não agüenta mais porrada igual ontem? E amanhã, como será? Qual o tamanho da besta a me esperar? Ouço diariamente um papo de que temos de priorizar, planejar e assegurar que tudo saia dentro do previsto. Confesso que sou bom nisto, mas em meus “action plans” não consigo antecipar os “dark” ou “light” days. Porem vejo o tamanho da merda gerada por um “dark day” e trato logo de agendar um “light day” para o dia seguinte.

Alguns light days são gerados com álcool, muito gelo e limão. Outros, regados a blues ou e Rock. Não importa como, o importante é planejar um tempo pra assegurar a sua felicidade, afinal, os pobres velhinhos de wall street dependem dela para se tornarem mais ricos. Por isso, não se engane com happy hours bancados por sua companhia ou com o presente do namorado: Tudo conspira para que você seja feliz... Funcionário depressivo ou desmotivado é proporcional à perda de rendimento e dinheiro... Mulher infeliz -> chifre. Filho infeliz é logo taxado de adotado ou bastardo... De novo: O mundo globalizado exige que você seja ou finja ser feliz e que principalmente nunca desista.

Caso você seja um infeliz irremediável e sem nenhum light day semanal e tem orgulho disso... Monte uma DNG. IA (Infelizes anônimos) é um bom nome para mostrar que você não estará desistindo de ser infeliz.