sábado, 17 de abril de 2010

Perdoamos as falhas de caráter, não a sua ausência.

Também do Douglas kim, mas penso seriamente em roubá-la.
Achei de foder. Então,


Durante as madrugadas insones, vez ou outra, me vejo às voltas com o seguinte devaneio: escrever algo que seja como uma obra musical, uma obra musical que alguém queira ouvir repetidamente. Apenas alguns compassos. Por sorte, esse devaneio logo se desfaz, enterrando qualquer pretensão, dando lugar a uma recorrente constatação, disfarçada de memória. Tempos atrás, conheci um homem que tinha facilidade para ler as emoções dos outros, o que lhe causava extrema amargura. Em meados de um outono qualquer, misteriosamente, essa capacidade desapareceu durante um dia inteiro. “Soube então o que era ser feliz, mas também foi o momento em que mais me senti vulnerável”, ele me disse.

Douglas Kim

Sobre São Paulo,




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"... voltei para Sampa muito alegrinho, muito na-boa, muito tudo vai rolar. A memória da gente é safada: elimina o amargo, a peneira só deixa passar o doce. Então eu tinha esquecido que esta cidade te cobra preços altos. Ela é uma mulher (ou um homem) belíssima (o) que se oferece, tentadora (o), como se amasse, te envolve, te seduz - e na hora em que você não suporta mais de tesão e faria qualquer negócio, ela (o) te diz o preço. Que é muito alto"


Caio Fernando Abreu
Deveriam guardar os velhinhos numa casa, onde iríamos sempre que nos sentíssemos clichês e sem verdade. Seríamos recepcionados pelo Saramago que nos encaminharia para o velhinho sábio que fosse especialista na nossa dor. E tomaríamos café com bolachinhas e bolinho de chuva na varanda cheia de "cachorrinhos", lendo poemas, e ouvindo as histórias deles. Sem nada de chatices pseudointelectuais.

Da Fernanda, a Mandagará. Mas bem que poderia ser meu também.

Dia de Fernandas, acho.
Espera aê, devagar: eu pratico esportes coletivos (teatro, banda, dança), não é bem assim.
É preciso negociar erros, perdoar erros, lidar com os tais e até tirar algum proveito disso.

Entende?

Escrever e errar diante do computador (máquina de escrever, bic, etc.) faz produzir, criar, sei lá, não sou escritora, não estou julgando ou analisando, nem mesmo fazendo cena.
É que é foda, velho. Às vezes é foda.

A gente erra na frente dos caras, ali, valendo.E fica bom/fica ruim (hoje, ficou bom, admito). Mas não é "sussa" (como dizem os playba da Vila Madalena).

Às vezes é preciso uma cancha, uma ginga, um "sabe Deus", que pode te levar a alma por horas.

E a minha alma, às vezes, é a última folha do talão de cheques
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Da Fernanda, a D'Umbra. Mas bem que poderia ser meu.