domingo, 27 de dezembro de 2009

E por falar em fim de ano, Rodrigo e derivados.

Eu preciso contar a desgraça que me aconteceu aos 45 minutos do segundo tempo.
Sim, queridos telespectadores, eu vou passar a virada de ano na praia, e o que é pior, com o Rodrigo. Obviamente que isso foi idéia do Airton, a minha sugestão foi chamar só a Talita e a Paty. Mas como boa cristã que eu sou, resolvi ver o lado bom dessa desgraça. Talvez eu consiga arrastá-lo até a piscina enquanto dorme e matá-lo afogado.

É apenas um plano. Caso funcione, jurarei até a morte que foi um acidente.
Caso não funcione, é bem provável que eu tenha azar o ano inteiro...


Adeus,
Bom,

Agora que todo mundo de importante já postou "coisinhas emocionantes" sobre 2009, estamos encerrando o balanço do ano neste blog.

Quem postou, postou. Quem não postou, é porque é lerdo o suficiente pra acompanhar nosso ritmo.

E antes que alguém estranhe,

Não, o Rodrigo não é importante aqui.

E tenho dito!

Lá se vai... Deixando saudades...

Fim de jornada, com a sensação de dever cumprido...

Conquistei novos amigos, revi conceitos, reescrevi histórias, participei de projetos...
Trabalhei demais, bebi demais, fumei demais, comi demais...
Procurei novos caminhos, me perdi nas tuas letras, me encontrei com a paz...
Dormi demais, me preocupei demais, te amei demais...
Fiquei doente, tomei diversos remédios e nada resolveu...
Estudei demais, copiei demais...
Inventei soluções...
Vivi demais...

Eu quero mais alguns anos iguais a esse!
Então, eu tô super achando lindo o povo daqui escrevendo seus balanços de 2009. Sei lá, dá até a impressão que nosso blog é tipo aquela coisa meio TPM, Meninas Malvadas, Tudo Jóia, Atire no Dramaturgo, ou qualquer trabalho mega sério que dá a maior moral pra quem colabora e tal

Então (2), só vim dizer que, contrariando as expectativas e indo contra a maré, meu ano foi bem bacana. Foi o ano em que eu finalmente me re-descobri. Como diz a Paty, sei lá, acho que eu nunca fui tão bonita como esse ano. Mas bonita de uma beleza de brilho, com sorriso nos olhos, aquela coisa de quem passou anos no deserto e finalmente acha um lago.

Tá certo que eu tive problemas pra caralho no trabalho, e a saúde, bem, todo mundo aqui sabe que a minha saúde é frágil. Mas olha, eu sobrevivi, meu povo. E pasmem! Inteira.

Foi o ano em que eu menos me meti em confusão desde que eu conheci a Paty. Acho isso super digno de se dizer, embora talvez ela me mate por esse parágrafo.

Conheci muitos sentimentos novos, e um lado mulherzinha, que eu nem sabia que habitava esse ser.

Passei uma borracha em todas as questões mal resolvidas com pessoas que, de certa forma, ainda arrancam olhares carinhosos de mim, mas infelizmente há histórias que continuam sem soluções, mesmo não havendo mais mágoas. A vida costuma ser assim, isso eu aprendi bem cedo.

Descobri o amor, e ele não se parece em nada com o de conto de fadas. Mas é bem melhor, garanto.

Diminui o café, emagreci uns quilos, fiquei quase careca, cuidei mais da pele, e ri bastante.

Meus amigos continuam os mesmos de 2008, isso eu acho bem bacana. Algumas pessoas perceberam que eu não sou a bruxa que pintavam por aí, isso eu acho bem feito pra elas.

Enfim, também continuo arrogante, egoísta, teimosa, e nada legal.

O texto tá meio desconexo porque eu o escrevi da maneira em que fui lembrando dos fatos. No fundo acho que é mais ou menos isso. A nossa vida não segue uma ordem cronológica, cada um tem um tempo diferente de ver, sentir, viver e se descobrir. O meu tempo começou esse ano. 2009 foi, sem dúvida, o ano da verdade. Da minha verdade.

E pra não perder o momento clichê de fim de ano,

Como dizem por aí, a verdade tarda mas não falha.

Beijos carinhosos a todos os colaboradores desse espacinho tão nosso. Exceto no Airton, pra quem eu guardo sempre, não o mais carinhoso, mas o meu melhor beijo.
Interessante, essa buceta toda. Não consigo mais beijar na boca, não consigo mais trepar, não consigo mais escrever... esse ano que passou foi, definitivamente, uma bosta e lá vem ele de novo com amargura, azedume, tristeza por favor vá embora, como sofre o peixe vivo fora da fervura. Saudade de velhos tempos recentes, saudade de tocar, saudade de ser tocado, saudade de tocar o foda-se e ser o galo do terreiro. Morri de véspera e o peru não foi pro forno. Ano que vem, quem sabe, melhora, quem sabe a porra toda desande. Quero mesmo é desandar, cagar em cada aresta dessa vida escalena e escalopada.

Mas nem tudo são tais flores. Na verdade, é mais vontade de escrever que outra coisa. Criança sabe por que fica de castigo. Deixa castigar, castiga tudo, meu pau, meus olhos, meus dentes e minhas tripas. Enquanto houver amortecedores, há esperança, e partindo disso, vou por aí, sacando a comiseração das pessoas com a minha figura, os sorrisos de boca americana (tem coisa mais cínica que um americano sorrindo de boca fechada? Reparem no sorriso do Donald Rumsfeld), aquele balãozinho de nuvem escrito 'lá vem o maluco, coitado... lá vem o caso perdido, lá vem aquilo que não presta, lá vem o homem de merda, o loser, o temba, o capiroto, o agressor, o pobre-coitado, o filho da puta' e coisas da alçada. Fodam-se todos, pixotinhos... vão passar pancake nas suas vidinhas. A maçã dos seus rostos é de cera. A minha tem bichos mas tem polpa.

Assim, tenho fumado a vida e bebido os dias. Aqueles que realmente me conhecem, conto-os nos fios de cabelo de um ovo, me consideram um herói.

Minha grande proeza é o sorriso. E que sorriso filho da puta de simpático eu tenho.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Dia estranho esse, bem estranho.

Passo a madrugada inteira com uma puta cólica dos infernos, meio-acordo de manhã e dou de cara com meu namorado já bem acordado e na internet, dizendo que a Paty não ia poder passar o ano novo com a gente. Puta merda!

Levanto pra ir pagar umas contas e esqueço o principal, comprar o meu remédio.

Por uma incompatibilidade de personalidade, tenho uma baita discussão com meu namorado. Feia mesmo, daquelas em que um dos dois vai embora sem dizer tchau e o outro se vê obrigado a ir atrás pra não piorar a situação.

As coisas se acalmam e a gente resolve dar uma volta. Vamos comer no mesmo lugar em que baixou um espirito em mim certa vez ( vide postagens anteriores), e no meio da cerveja eu começo a ter uma queda de pressão e a suar frio. É, eles (os fantasmas) não gostam de me ver lá. Fato.

Meu namorado me deixa em casa e vai embora. E eu resolvo escrever essas coisas que super não interessam a ninguém, enquanto o sono não chega.

Assim, esse ano eu devo ter ficado umas quatro noites de sábados (no máximo) em casa. E eu tô achando isso muito estranho mesmo. Juro.

E pra não dizer que eu não falei das flores, meu primo-irmão-melhor-amigo-que-eu-já-tive-em-toda-vida-e-que-casou-com-uma-mulher-que-morria-de-ciumes-de-mim-e-que-por-isso-nos-afastou, se separou.
Soube hoje. E a minha expressão foi qualquer coisa assim, de quem não sente muito: "Jóia! Agora podemos retomar a antiga parceria."

As vezes eu sou egoísta pra caralho. E nas outras vezes eu me acho super má mesmo. Muito embora, poderes paranormais tenham revelado ao meu namorado que eu tenho apenas, problemas de saúde.
Logo, quando eu disser que estou passando mal, e suspeitarem de uma invenção minha por algum motivo baseado no egoísmo ou maldade, defenderei até a morte a veracidade da paranormalidade.

É isso, meu Brasil. O meu mundo cor de rosa também tem espinhos. Mas como diria Ana Carolina "Sempre são rosas".

Boa noite, Fátima.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A palavra mágica é charme.

Com tantas clínicas de estética, academias, cirúrgias, truques e derivados, qualquer pessoa com um pouco mais de dinheiro, ou economias guardadas durante anos, pode se tornar uma pessoa bonita.

Com tantos livros, meios de pesquisa, professores particulares, cursinhos gratuitos, informação, qualquer pessoa com um pouco de foco e disciplina, pode se tornar uma pessoa inteligente.

Com tantos escritores bacanas, assuntos políticos atuais, bandas fodidas, religiões diversas, filosofias criadas, qualquer pessoa com um pouco mais de interesse e vontade, pode se tornar uma pessoa com um papo interessante.

Com tantos cursos de etiqueta, aulas de dança, voz, guitarra, bateria, gaita ou violão, clubes do vinho, programas de culinária, qaulquer pessoa com um pouco mais de tempo livre e paciência, pode se tornar uma pessoa encantadora.


Agora charme, meu amigo, charme é um lance que ou você tem ou você não tem. Não se aprende com o tempo, não se adquire com persistência e não se compra nas butiques caras da José Paulino. Forçar charme é ficar apenas um pouco mais sem graça que o habitual.

O jeito de segurar o copo de plástico na hora de beber a cerveja, o jeito de tragar a fumaça do cigarro, o jeito de gesticular na hora de uma conversa mais enérgica, o jeito de soltar um palavrão quando não há mais nada a ser dito, o jeito de viajar numa música que tá tocando, o jeito de olhar nos olhos de alguém, e principalmente, o jeito de fazer, talvez não a coisa mais certa a ser feita naquele momento, mas do jeito mais certo de fazer a coisa errada, nada disso pode ser feito de um jeito que não seja o natural.

Com verdade, charme rima com verdade em cada gesto bobo do cotidiano. E é aí, meu amigo, na hora de fazer as coisas mais simples com verdade, que a maioria das pessoas se tornam macacos treinados de circo.

Vinicius de Moraes que me desculpe, mas charme é fundamental.

Promessas de fim de ano

Esse ano eu quase andei em linha reta, foi por pouco. Em algumas esquinas me deparei com poças e lamas, aí não teve jeito, tive que pular. Obviamente que eu não pude contar com meu tornozelo podre nessas horas e caí. Caí e me levantei dignamente, como manda o clichê, e cá estou pra prometer que em 2010 cuidarei melhor dos meus membros inferiores, e de quebra, tratarei, decentemente, o meu problema reumato que insiste em travar a minha mão esquerda quando eu mais preciso dela.


Outras promessas que talvez eu não cumpra,

- Emburrarei menos
- Passarei menos mal
- Serei mais tolerante no meu trabalho
- Serei mais gentil com as dondoquinhas que querem falar de balada-roupa-cabelo no meio de assuntos sérios
- Serei mais simpática com os desconhecidos que querem se tornar conhecidos
- Tentarei ser menos chata com os erros de português alheios (Vejam bem, eu disse "tentarei")
- Diminuirei o cigarro, o álcool e o café
- Comerei melhor
- Serei pontual nos meus compromissos
- Me estressarei menos com assuntos pequenos
- Não participarei de barracos virtuais, exceto quando for extremamente necessário pra defender um grande amigo
- Xingarei menos o Rodrigo em público
- Darei mais atenção aos dramas da Paty
- Ajudarei a Talita a preparar os almoços
- Perturbarei menos o Paulo Roberto
- Ficarei mais gostosa, charmosa, interessante e ironica.

Fim.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Reflitam em silêncio, senhores telespectadores.

Tá limpo. Sem ironia. Sem engano. Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar. Se tiver aprendido lições (amor é pedagógico?), até aproveito e não faço tanta besteira. Mas acho que amor não é cursinho pré-vestibular. Ninguém encontra seu nome no listão dos aprovados. A gente só fica assim. Parado olhando a medida do Bonfim no pulso esquerdo, lado do coração e pensando, pois é, vejam só, não me valeu.



A memória tem sempre essa tendência otimista de filtrar as lembranças más para deixar só o verde, o vivo. Antigamente, sempre era melhor, ainda que não fosse. Talvez porque já esteja, lá, tudo solucionado e a gente possa se ver, no tempo, como quem vê uma personagem num livro ou filme: aconteça o que acontecer, há um fim definido, predeterminado. Essa espécie de improvisação do agora, do que está sendo moldado, causa muito mais angústia. Não temos, como no samba, a menor idéia de como será o amanhã.


Caio Fernando.
Dicas de combinações importantíssimas.

- Rum não combina com Vinho e Nhoque e Sorvete Napolitano e Doritos.

- Casa do Rodrigo combina com almoços divertidos e bebedeiras inconsequentes.

- Truco combina com Talita e Fernanda jogando em parceria.

- Paty e Paulo combinam com São Paulo.

E a principal,

Amor combina com companheirismo, principalmente quando vômito combina com beijinho.

:)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Amor que não se mede é a maior balela que o Tony Garrido já disse na vida.

A medida do amor existe, e se chama intimidade. Descobri isso essa semana.
E o melhor, o pratinho da balança não desceu.

domingo, 6 de dezembro de 2009

... Não me sobra dinheiro, mas há muito tempo que não tenho nenhuma dívida e isso pra mim já é acalentador. Quando pinta alguma carona, vou até à Mercearia beber encostado no balcão, ficar mexendo nos livros e falando com o Marquinhos. Na terça-feira depois de assistir o show das atrizes que cantam, fui até à Mercearia. Pedi uma taça de vinho e fiquei lá bebendo sossegado. Aí apareceram essas garotas. Uma delas é de Quebec e disse que quer escrever um best seller e ficar rica. Achei engraçado. Acho que é mesmo possível escrever um best seller no Canadá e ficar rico. Tava lendo dia desses que nos EUA basta escrever um livro bem sucedido e pronto, é só viver das glórias dele. Por aqui é diferente, né? Depois elas me deram uma carona até o Parlapatões onde encontrei uma pá de outros amigos e a noite como sempre se estendeu. De manhã já muito bêbado, mandei um e-mail que não lembrava de ter escrito. Só no outro dia quando fui olhar na caixa de "enviadas" é que percebi que tinha escrito. Não me arrependo do que escrevi, porque é tudo verdade, mas é engraçado saber que só escrevi porque tava muito bêbado. Se tivesse sóbrio, não teria a manha de escrever o meu pensamento tão objetivamente. E depois ainda dizem que bebida faz mal. Fiquei orgulhoso do que escrevi. À noite fui à inauguração da Escola de Teatro. Encontrei uma rapaziada de Londrina trabalhando na produção da inauguração. A Patricia que eu não via há séculos tava trabalhando lá. Ela me viu lá fora encostado em um fusca conversando com alguns amigos e com o fone do meu MP3 em uma de minhas orelhas. Tava rolando aquela pá de discursos chatos e eu não tava com saco de ficar lá dentro ouvindo aquilo. Então ela disse: "Tira isso, Mário pra conversar com a gente". Respondi: "Não. Eu tô ouvindo o que você tá falando e tô ouvindo música também". Ela então riu e disse: "Você sempre foi assim, né? Rebeldezinho. Quando te conheci, você era um jovenzinho rebelde". Falei rindo: "Pois é, e hoje eu sou um velho rebelde. Algumas coisas não mudam, né?"
Ontem foi especial. Eu tava mezzo triste e mezzo alegre. Tava alegre porque tive uma tarde ótima e triste porque tive essa tarde ótima. Difícil explicar, né? Deixa pra lá. Não quero que todo mundo entenda. Como disse o meu amigo Basa no blog dele: "Escrevo pra reler certas coisas tempos depois e aprender algo sobre mim. Costumo contar problemas aqui no blog também pra não precisar encher o saco dos meus amigos contando isso pra eles. Prefiro sentar, tomar umas cervejas e dar risada do que ficar contando o quanto meu dia foi foda". Tocamos um rock and roll novo e foi divertido. Antes do show começar peguei uma garrafa de água e fiquei bebendo sentado na escada sozinho e vendo os caras da banda arrumando os equipamentos. Fiquei pensando: "Olha os caras aí. Eles gostam do que estão prestes a fazer. Eles se divertem e eu faço parte disso. Bom ter amigos assim. É um privilégio tocar com esses caras numa noite dessas depois da tarde que eu tive". Grande rock and roll. Me salva quase todos os dias desde o tempo que eu era um "jovenzinho rebelde" lá em Londrina. Bacana mesmo. Acho que queria conversar uma coisa ou outra com alguns amigos, mas eles pareciam estar todos ocupados com seus próprios problemas e resolvi deixar pra lá. Aí uma garota que eu conheço há muito tempo mas com quem nunca conversei direito veio falar comigo. Ela é dessas garotas espiritualizadas que percebem sinais nas outras pessoas. Ela me disse que sonhou comigo a noite toda e que quando acordou decidiu que precisava ouvir minha música e conversar comigo e que depois do show sentiu uma sensação ótima de reconhecimento, acho que foi algo assim que ela falou, não sei direito, mas ela disse uma pá de coisa bacana que me deixou um pouco constrangido. Tem pessoas que fazem a gente se sentir importante, né? Quando voltei pra casa sozinho ontem de manhã, foi pensando em tudo isso. Que a vida nos proporciona momentos realmente enternecedores. E por mais que estejamos tristes ou desconsolados, ainda assim é muito foda. Parei pra tomar um café com leite no bar do Fabinho. Pedi um pão na chapa e ele disse que ainda não tinha. Pensei: "Acho que saí do bar cedo demais" Comi um bolo de aipim com café e vim dormir com uma sensação de paz indescrítivel. Então daqui há algum tempo quando eu ler esse post que escrevi agora, vou lembrar que tive esse momento de paz nessa madrugada, que há anjos perdidos por aí e eu estou longe de ser um deles, mas saber indentificar já não é pra qualquer um. Estou acertando minhas contas com o tempo. Uma hora ele vem e te cobra.



*

A vida não me reservou nada de esplêndido, mas eu fui lá e arranquei dela. Esse é um mundo frio onde "raramente acontece um olhar com carinho", mas em alguns textos, elas insistem em arder de um jeito quase inexplicável, então é possível acreditar que um sujeito que estava disposto a atirar na cabeça do outro, minutos depois vá até o quarto buscar um cobertor para que o seu desafeto não passe frio deitado no sofá. Há muito já entendo generosamente que não há como passar por cima de nossos sentimentos mais simples. E isso faz toda a diferença.


*

Meia garrafa de whisky, dois filmes do Cassavetes, dois shows do Van Morrison. Existe um tipo de felicidade subterrânea que você não vai conseguir entender no seu dialeto. Você sequer faz idéia de quantas sílabas ela tem.

( Mário Bortolotto)



É esse cara que está hospitalizado, entre a vida e a morte, e que, infelizmente, diferente de Carla Perez, Netinho de Paula, Zezé de Camargo e derivados, nunca recebeu o prestígio da massa brasileira.

Ai, meu Brasil tão brasileiro...

Mário Bortolotto

Mário Bortolotto foi baleado ontem. Logo depois da apresentação de uma de suas peças. Num mundo de gente que se vende pela fama, ele era, talvez o único da sua geração, que ainda tinha dignidade, princípio e coragem.

Reagiu a um assalto, não por proteção a seus bens, dinheiro, e "rolex", reagiu a um assalto pra defender uma amiga que estava apanhando do assaltante. Ele poderia ter ficado na dele, poderia ter visto a cena da agressão e continuar deitado no chão, ele poderia ter fingido que aquilo era normal, e que ver uma amiga apanhar de assaltantes é tolerável pra se proteger. Mas ele é o Bortolotto, e isso é o suficiente pra entender os motivos dele ter reagido. E pra quem não entende o peso disso, recomendo ler alguns textos dele.


Em tempo:
Não faço apologia a atitudes como a dele, reagir a assaltos , mas apesar da indignação e tristeza que sinto pelo seu estado de saúde, confesso que tenho uma pontada de orgulho por saber que em qualquer situação ele continua sendo o cara fodão que ele sempre foi.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um campo de cervejas e pebolins. Tuas birras com meus livros, me deixa, me deixa quieta. A ressaca dos meus olhos que te puxam pra dentro e te choram de novo. Tua, sempre tua, menina de tiara e sapatilhas, os cabelos despenteados. Não se preocupe com o cigarro, vou diminuir. Não se preocupe com os palavrões, serão delicados. Ninguém saberá do meu medo, nem eu. Serei linda e bem vestida durante a semana; sorrirei. E ao final dela, no escuro da coxia, talvez na sexta ou no sábado, sem que ninguém veja, pensarei em você de um modo muito corajoso. Aí sim, vou chorar, porque em cena parece que não há nada. Não há mundo, não há dor, não há nada senão nós dois andando pela Liberdade e rindo dos carros na Vinte e Três de Maio.

Amo-te. Lembra disso? Amo-te.

Fernanda D'Umbra em parceria com as minhas modificações sempre necessárias.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Carta de um estadunidense para o Brasil

Caros amigos brasileiros e “ ricaços “,

Vocês brasileiros pagam o dobro do que os americanos pagam pela água que consomem. Embora tenham água doce disponível , aproximadamente 25% da reserva mundial de água Doce está no Brasil. Vocês brasileiros pagam 60% a mais nas tarifas de telefone e eletricidade . Embora 95% da produção de energia em seu país seja hidroelétrica ( mais barata e não poluente ) . Enquanto nós, pobres americanos, somente podemos pagar pela energia altamente poluente, produzidas por usinas termelétricas à base de carvão e petróleo e as perigosas usinas Nucleares. E por falar em petróleo…

Vocês brasileiros pagam o dobro pela gasolina, que ainda por cima é de má qualidade, que acabam com os motores dos carros, misturas para beneficiar os usineiros de álcool . Não dá para entender, seu país é quase auto-suficiente em produção de petróleo (75% é produzido aí) e ainda assim tem preços tão elevados. Aqui nos EUA nós defendemos com unhas e dentes o preço do combustível que está estabilizado a vários anos US$ 0,30 ou seja R$ 0,90 Obs: gasolina pura, sem mistura. E por falar em carro…

Vocês brasileiros pagam R$ 40 mil por um carro que nos nos EUA pagamos R$ 20 mil. Vocês dão de presente para seu governo R$ 20 mil para gastar não se sabe com que e nem aonde, já que os serviços públicos no Brasil são um lixo perto dos serviços prestados pelo setor público nos EUA. Na Flórida, caros brasileiros, nós somos muito pobres; o governo estadual cobra apenas 2% de imposto sobre o valor agregado (equivalente ao ICMS no Brasil) , e mais 4% de imposto federal , o que dá um total de 6%.No Brasil voces são muito ricos, já que afinal concordam em pagar 18% só de ICMS. E já que falamos de impostos…Eu não entendo porque vocês alegam serem pobres, se, afinal, voces não se importam em pagar, além desse absurdo ICMS, mais PIS, CONFINS, CPMF, ISS, IPTU, IR, ITR e outras dezenas de impostos, taxas e contribuições, em geral com efeito cascata, de imposto sobre imposto, e ainda assim fazem festa em estádios de futebol e nas passarelas de Carnaval. Sinal de que não se incomodam com esse confisco maligno que o governo promove, lhes tirando 4 meses por ano de seu suado trabalho.De acordo com estudos realizados, um brasileiro trabalha 4 meses por ano somente para pagar a carga tributária de impostos diretos e indiretos. Segue…

Nós americanos lembramos que somos extremamente pobres, tanto que o governo isenta de pagar imposto de renda todos que ganham menos de US$ 3 mil dólares por mês (equivalente a R$ 9.300,00), enquanto aí no Brasil os assalariados devem viver muito bem, pois pagam imposto de renda todos que ganham a partir de R$ 1.200,00. Além disso, voces tem desconto retido na fonte, ou seja, ainda antecipam o imposto para o governo, sem saber se vão ter renda até o final do ano. Aqui nos EUA nos declaramos o imposto de renda apenas no final do ano, e caso tenhamos tido renda, ai sim recolhemos o valor devido aos cofres públicos. Essa certeza nos bons resultados futuros torna o Brasil um país insuperável.
Aí no Brasil voces pagam escolas e livros para seus filhos, porque afinal, devem nadar em dinheiro, e aqui nos EUA, nós, pobres de país americano, como não temos toda essa fortuna, mandamos nossos filhos para as excelentes escolas públicas com livros gratuitos. Vocês, ricaços do Brasil, quando tomam no banco um empréstimo pessoal, pagam POR MÊS o que nos pobres americanos pagamos POR ANO. E por falar em pagamentos…


Caro amigo brasileiro, quando você me contou que pagou R$ 2,500.00 pelo seguro de seu carro, aí sim eu confirmei a minha tese: vocês são podres de rico! Nós nunca poderíamos pagar tudo isso por um simples seguro de automóvel. Por meu carro grande e luxuoso, eu pago US$ 345,00. Quando você me disse que também paga R$ 1.700,00 de IPVA pelo seu carro, não tive mais dúvidas. Nós pagamos apenas US$ 15,00 de licenciamento anual, não importando qual tipo de veiculo seja.

Afinal, quem é rico e quem é pobre ?Aí no Brasil 20% da população economicamente ativa não trabalha. Aqui, não podemos nos dar ao luxo de sustentar além de 4% da população que esta desempregada.

Não é mais rico quem pode sustentar mais gente que não trabalha?

( Não-sei-a-fonte-mas-achei-interessante-e-postei )

domingo, 15 de novembro de 2009

Toda a pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.

Paulo Mendes Campos

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O amor me chamou pra um outro lado e eu fui atrás dele. Eu pensei que se eu não fosse, a minha vida inteira ia ser assim. Vida de tristeza, vida de quem quis de corpo e alma e mesmo assim não fez. Daí eu fui. Eu fui e vou, toda vez que o amor me chamar,vocês entendem?
Como um cachorrinho abanando o rabo, mas coroada como uma rainha.

Lisbela e o Prisioneiro


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Na parede de um botequim de Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar.
Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem.

Ou seja: Ótimo! Ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca.

Eduardo Galeano

sábado, 7 de novembro de 2009

Me perguntam se com esses meus textos tenho alguma intenção de fazer apologia de consumo de álcool. Porra nenhuma. Eu só faço apologia de não caretice. A gente vive numa porra de mundo careta demais e sinceramente tenho ficado de saco cheio disso. Ninguém precisa encher a cara pra ser um cara legal. Há muitos caras legais que conheço que só bebem Fanta Uva. Aliás, Fanta Uva é muito legal. Eu gosto de beber, só isso. Se gostasse de usar drogas , também ia dizer. Todo mundo sabe que alcool faz muito mal pra saúde. Pode matar. Meu pai, por exemplo morreu de atrofia cerebral de tanto beber, porra. Mas o que ninguém diz é que caretice também mata. Você nem percebe, mas tá morrendo. Subserviência e caretice deixam suas bolas do tamanho de bolinhas de gude, maluco. E eu não nego que identifico muito mais dignidade num bêbado de rua que em qualquer desses merdas brandindo talheres milionários em jantares familiares. Dia desses um bebum colou em mim e mandou: "Aí, Irmão, descola uma grana pra mim. É pra cachaça mesmo". Até brinquei com ele parodiando a Regina Casé no extinto Tv Pirata: "Porra nenhuma, Maluco. Você pensa que me engana? Tu tá é a fim de encher a cara de pão". Ele riu. Passei a grana pra ele que foi beber sua cachaça, feliz da vida. Enquanto isso, alguns pulhas se reunem em frente a uma lareira depois do jantar e contabilizam quanto ganharam com o último golpe que deram e que vai reverberar justamente no bebum que tá desempregado e que me pediu dinheiro pra uma cachaça. E enquanto isso suas mulheres estão na sala de estar contabilizando o numero de caralhos que engoliram no último mês. Que se fodam.

(Bortolotto)



Sempre tive um puta tesão por quem escreve com as vísceras. Arrisco até dizer que nem gostaria tanto desse texto se fosse escrito de um forma assim, mais-ou-menos-o-que-passaria-no-jornal-hoje-da-rede-globo.
Todo mundo saca quando um texto é escrito ao som de um blues. É o sangue nas palavras minha perdição.

Sempre foi o sangue.


(2)

sábado, 31 de outubro de 2009

A vida é etecétera.

(Guimarães Rosa)




Já escrevi isso aqui?

domingo, 25 de outubro de 2009

Talvez esses dois últimos fins de semana tenham sido os mais divertidos do ano. Não é todo dia que Maranhão, Minas, São Paulo, Interior e "Alto Tietê" se transformam em um lugar só.

Encontrar pessoas tão diferentes de você e ao mesmo tempo tão bacanas na internet, é difícil pra caralho. Transformar essas pessoas em um grupo de amigos que se encontram pra beber cerveja e bater papo, apesar da distância, da falta de tempo, das caríssimas passagens aéreas e das armadilhas que a falta do olho no olho causa, é algo a ser tratado com o maior carinho do mundo.

É ainda mais gostoso a liberdade de envolver pessoas de fora desse mundo paralelo, que é a internet, no mesmo barco e perceber que ambos os lados se sentem em casa. Sei lá, uma coisa de "gostosinho na alma", por estar cercada de pessoas que ainda são capazes de se reconhecer em pequenos gestos de humanidade.

Eu tenho o maior orgulho de ver que as risadas são verdadeiras, os abraços são recíprocos, os papos são naturais e os defeitos são tratados com leveza e piadinhas internas.

Como disse a Paty, no fim de semana, é mega estranho, é tão difícil a gente conseguir juntar todo mundo, mas toda vez que a gente se encontra é como se fossemos vizinhos da vida toda.

Pois é, o meu mundo por meus amigos.



Aos amigos que fazem meu fim de semana ser tão esperado e invejado por aqueles que ainda não aprenderam a amar apesar das diferenças e dos defeitos de todos nós..

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Eu sempre me apaixonei muito fácil. Uma palavra, um gesto, uma atenção e pronto, mais um pra ser paixão eterna até amanhã. Talvez por carência excessiva, talvez por medo do marasmo, sei lá. Eu trocava de paixão como eu trocava de calcinha, ouvi isso uma vez um amigo querido, e ele tava certo.

Mas a verdade é que paixão nunca foi suficiente pra que eu sentisse vontade de assumir um relacionamento. Eu sempre tive pra mim que seria preciso carinho, admiração, companheirismo, tesão e principalmente, amizade, para que eu pudesse construir um caminho ao lado de alguém.
Aquela coisa de ouvir sininhos, ver o mundo girar, sentir borboletas, nunca combinou comigo. Quer dizer, eu até tentava, mas não durava o tempo de colocar o pé no chão.

Aí, num domingo qualquer de um mês qualquer, num bar qualquer, eu conheci o Airton. E de cara, surgiu uma amizade gostosa, desde o primeiro dia eu não consegui fazer tipo, nem jogo de sedução, nem o plano frustrante de não pagar mico eu consegui levar pra frente. E a gente se conheceu como se já se conhecesse desde sempre. Não teve um instante mágico, teve uma construção de momentos que eu só imaginaria ao lado de um grande amigo e cúmplice, com um pequeno detalhe, poderia ser um grande amigo, mas era naquele peito que eu sentia vontade de acordar todos os dias.

E só pra completar, talvez o detalhe que tenha me feito pensar "É ele!" foi ter tido a estranha certeza que meu filho nasceria com a mania de franzir a testa diante de algo inesperadamente bom, quando ele franziu a testa pra mim pela primeira vez...


Só pra dizer parabéns, eu te amo, e obrigada, meu amor. Por me dar sorte na vida.

domingo, 18 de outubro de 2009

Já disse que acho super difícil ser tolerante?
E deixar passar batido as coisas que me magoam?
E fingir que tá tudo bem quando não tá tudo bem?


Ainda bem que existe no mundo a lei da compensação, e eu nunca poderia tomar atitudes drásticas quando o resto do mundo tenta me alertar que o que há de melhor em mim é a leveza dele.


"Meu comedor de bolinhos Ana Maria de baunilha predileto,
Meu tomador de toddynho gelado com canudo predileto
Meu mordedor de bordinha de pizza humana predileto,
Meu cantador de Californication por pressão predileto,

A minha melhor parte, dizem."


Meu amor,

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ganhei uma caixa com um livro de Casimiro de Abreu e um arranjo de gérbera ao lado.



Coisa mais cuidadosa e doce do mundo.
Ganhei uma caixa com um livro de Casimiro de Abreu e um arranjo de girassol ao lado.

Coisa mais cuidadosa e doce do mundo.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Nunca consegui enumerar todas as coisas que eu gostava e as que você me fazia sentir. Primeiro, porque eram muitas. Segundo, porque algumas não tinham nome. Éramos extremamente felizes porque acreditávamos no amor, porque de início não víamos nada de empecilho, não víamos distancias, sejam de idades ou sejam de cidades, nós apenas vivíamos aquele presente que a vida parecia nos dar. E quando começaram surgir os planos, os sonhos, e fomos dando nomes para eles, a dar local e datas, e eu, então, parecendo um foguete a voar pelo céu de felicidade, vi você se afastando, medroso, inseguro. Mas que direito tinha eu de te fazer estar comigo todos os dias de amanhã? Que direito tinha eu de amarrar tuas mãos com a minhas?
Não precisava ter medo, você não tinha que arranjar uma forma de fazer tudo acontecer, tua única obrigação era me fazer sonhar.

(Cáh Morandi)

Taí. Genial! (By Patrícia Maria)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ontem eu fui numa ex igreja evangélica que virou churrascaria, e que quando ainda não era ex eu vivia passando em frente e fazendo piadinhas do lugar, humor negro religioso e tal, quem me conhece pode imaginar.
Pois bem, tudo corria bem, até o fatídico momento em que o vinho, do nada, salta da minha taça sozinho e mancha de cor-sangue-de-jesus, toda a mesa, incluindo meu namorado e eu. Comecei a desconfiar de forças ocultas, já que a taça permaneceu imovél entre os meus dedos, mas dada a minha falta de fé, ignorei o fato. Pois bem (2), eis que começo a sentir um mal estar súbito, e um peso nos meus ombros sem explicação. Imediatamente me veio a cabeça todos os filmes sobre espíritos que minha mente conseguiu alcançar. Engoli o espeto sem mastigar, bebi o vinho num gole só e saí rapidamente daquela ex-igreja-atual-churrascaria, torcendo pra que aquela frase sobre bruxas peron ecxiste e tal fosse mentira e amando o meu querido padre Quevedo.
Pois bem (3), foi só eu entrar no carro que o peso nos ombros desapareceu e o mal estar passou, já estava quase esquecendo que eu quase acreditei naquilo que eu sempre juro que vou morrer sem acreditar, quando o meu namorado me solta que no dia das crianças os médiuns só recebem espiritos de crianças. Ou seja, cheguei a conclusão de que caso, veja bem, é uma suposição, os espiritos realmente existam, eles são inteligentes o suficiente pra comemorar datas, logo, eles podem ser inteligentes o suficiente pra se vingar de quem sempre tirou sarro da casa deles quando era "templo sagrado" e resolve entrar com o maior respeito do mundo, pra se deliciar dos prazeres etílicos e carnívoros humanos.

Por via das dúvidas, tô pensando seriamente na hipótese de virar vegetariana e passar a vida me contentando com vinho branco.
Eu odeio surpresas, e não sei fazer supresas. Quero tudo pra agora e tal, bem claro e explicado.

Nesse instante, tenho uma surpresa quentinha aqui comigo, pronta pra cair no mundo antes da hora e virar ex surpresa.

Vou tentar me segurar, só por hoje.

Deos proteja, amém.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eu tô triste, tristinha, mas sem graça que a top model magrela na passarela (parafraseando o zeca das balas, não fosse o tempo do verbo), mas é a fase, eu sei. Nada que um dia legal aqui, uma conversa ali, um carinho acolá, não resolva.

Na real, eu tô acostumada a viver no olho do furacão, só que a moda primavera verão 2009 é a porra da tempestade cair bem em cima do meu lado profissional.

Surpresa! A vida não é nada fácil pra quem nunca ganhou na mega sena.

Mas eu tenho um namorado que me dá colo, tenho uma família que me dá apoio e tenho amigos que seguram a minha barra. E é disso que eu preciso pra ter certeza de que fome eu não passo, embaixo da ponte eu não moro e que viver para o trabalho é coisa de gente que nunca teve amor, de nenhum tipo. O resto é luta, minha gente.




Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? E trabalho, amor, moradia? O que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: Sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, deus dará.




Pro meu benzinho.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

\o/

Uma imagem vale mais que 1000 palavras

sábado, 3 de outubro de 2009

Rupestre

Porque tem uma hora que o mundo cinza parece começar também a se esmaecer. Lindas são as coisas que se destacam, lindas e cruéis e não cruéis por serem lindas. A criança que destrói os brinquedos e doma no aniquilamento o império da imaginação, a criança que manda em tudo e é Deus.

Desde muito cedo, desenvolvi o hábito de colorir paredes e saber o nome de tudo. A primeira coisa ilícita que fiz foi beber o curacao blue do bar de casa. Era bonito, quando o sol atravessava a garrafa e azulava a parede, com brilho e magia. Muito mais tarde, Pink Floyd e hoje em dia, eu no lado escuro da lua, apatriando os passos pequenos demais pra humanidade.


Semana que vem vou a uma festa a fantasia. Ainda não decidi se vou de piloto kamikaze ou Travis Bickle. Talvez vá de Rorschach. Talvez nem vá a essa merda.
Nós somos mesmo um povo muito engraçado,

Se o país não conquista nada, somos um povo de merda, que nunca chega a lugar algum porque todos os políticos são ladrões, há muita violência, ninguém respeita ninguém e não merecemos mesmo ter direito a nada.

Se o país conquista o direito de sediar o maior evento esportivo do mundo, somos um povo de merda, que nunca chega a lugar algum porque todos os políticos são ladrões, há muita violência, ninguém respeita ninguém e ganhamos essa disputa sem merecer.

Ê meu país.


P.S: Não ouçam a Paty, ela está aqui com o único intuito de me contrariar.
O Rio de Janeiro ganhou a disputa com Tóquio, Chicago e Madri, e vai sedear as olímpiadas de 2016.

Não, eu não acredito que isso vai ser bom para o país, pelo contrário, somos nós, povo brasileiro sofrido e trabalhador, que pagaremos a conta dessa festa.

Mas sem pensar muito no amanhã e focando na cerimônia, eu confesso que o discurso do Lula foi de emocionar até o homem das neves. E quando veio o anúncio final e as gentes importantes do Brasil começaram a pular-chorar-se abraçar-e-se comportar feito criança que ganha pirulito, eu fiquei bem contente. Não por termos derrotado as maiores economias do mundo ( e passado a perna na argentina, embora isso me deixe mega contente também), mas por sermos, talvez o único, país do mundo a não sentir vergonha de transformar uma cerimônia sisuda e convencional em um ensaio de escola de samba. Como disseram os maiores jornais do mundo, sem o Brasil, as disputas internacionais não tem a mesma graça.

O coração do Brasil é nossa carta de alforria. Fato.


P.S: Só senti falta do Galvão Bueno, pulando e gritando junto com Pelé: É Tetra! É Tetra! É Tetra!
Alguém sabe me dizer porque não levaram ele pra Dinamarca?

Grata.
É agora, nesta contramão!

( Ana C.)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Estou com a pior enxaqueca dos últimos 2009 anos.

Nem a coroa de espinhos de jé-sus, deve ter causado tanta dor de cabeça.
Venho por meio desta, esclarecer que ontem eu não fiz greve de Patrícia, minha gente.

Estava eu, num dia péssimo, irritando, com meu adorável mau humor, até o meu cachorro que sequer mexe a cabeça pra estranhos. Sendo assim, optei por não aborrecer Patrícia ( a rainha do bailinho) com meu momento "O mundo é uma merda e eu quero morrer". Em nome da preservação dos nossos momentos de meninices-besteirol escrachado-e-risadas extravagantes, me calei.

Essa é a verdade-verdadeira, meu povo.

Fernanda M.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Só preciso de alguns abraços queridos, a companhia suave, bate-papos que me façam sorrir, algum nível de embriaguez e a sincronicidade: eu e você não acontecemos por uma relação causal, mas por uma relação de significado, que ainda estamos trabalhando!

(Caio Fernando Abreu)

Eu prometi nunca mais mandar Caio pro meu namorado. Mas ele tinha que ler isso.

sábado, 26 de setembro de 2009

Desabafo I

As porras das falsas pietàs. Cuzeiras, chupadeiras comedoras de merda. Eu pouco ou nada tenho a ver com a porra do encantamento inicial que sentem, com as porras das idealizações que se me fazem. Vão pra merda, filhas da puta.
Se não ressuscitar, porra de Jesus algum serve.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Os livros na estante já não tem mais tanta importância, do muito que eu li, do pouco que eu sei, nada me resta. A não ser, a vontade de te encontrar e o motivo eu ja nem sei, nem que seja só para estar ao teu lado só pra ler no teu rosto uma mensagem de amor.

Declamado pela imensa saudade que eu sinto, não de tudo o que eu vivo quando estou ao seu lado, mas do mundo que temos enquanto somos.

Um amor, um lugar...
O senhor orkut chama isso de sorte do dia:

Hoje pode ser um dia excelente e maravilhoso dia, só depende de você.


Como em tudo na vida, a parte que vem depois da vírgula fodeu tudo.



(2)
Acho a descrição desse blog uma grandíssima merda.

E exatamente por ser tão ruim, foi aprovada pelo Anjo, vulgo Rodrigo.

E não, não vou dar idéia para uma nova descrição. Mas aceitaria de bom grado vozes de apoio a minha pequenina reclamação.
Eu queria ter nascido Patrícia hoje, só pra arrancar a cabeça de uma pessoa que eu acho que amo, mas que eu tenho vontade de matar 6 dias por semana.

Eu devo ter nascido pra ser o bobo da corte lá no reino da guilhotina. Só pode.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Fazia muito tempo que eu não tinha vontade de sorrir para nada nem para ninguém, então era extraordinário que ele conseguisse perturbar assim os cantos de meus lábios.

( Caio Fernando Abreu )



Por tudo de incrível e inacreditável,

Muita sorte e todo o meu amor de sempre, meu bem.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Diálogos reais,


Fe diz:
Cada um tem um estilo de escrever, já reparou?
Fe diz:
Simone é elegante demais pra postar diariamente no meio de tanto besteirol, só participação especial.
Fe diz:
Airton escreve mais histórias e tal, cotidiano, dia-a-dia.
Fe diz:
Paty escreve as coisas mais sacadinhas e engraçadas.
Fe diz:
Renato é mais agressivo, mais na ferida.
Fe diz:
Eu escrevo mais existencialismo-romantiquinho
Fe diz:
E vc só escreve merda.
Fe diz:
:)
Rodrigo diz:
Ja posso mandar voce tomar no cu?


A verdade, quando arremeçada sobre nossa cara, dói e nos faz perder a elegância.

Como vocês, através da resposta do Rodrigo, caros amigos leitores, podem perceber.
O controle de qualidade ISO-F 9000 informa:

Fotos tremidas são montagens em 99,99999 das vezes.

No 00000,01 restantes, são tiradas sob ameaça de armas de fogo.


A defesa encerra.

Não sou gamba

A senhorita Fernanda de forma suja e inescrupulosa colocou uma foto falsa minha. Eu na verdade estava com uma camisa do São Paulo. Mas a foto abaixo, é verdadeira e mostra que ela, após levar de 4 do Goias virou São Paulina.


Sim, caro-amigo-leitor. Como podem ver, somos todos corintianos aqui.
Contra "fotos" não há argumentos.
Eu tenho uma puta dificuldade em abandonar o barco, largar o osso, roer a corda, deixar pra trás... Essas coisas de abandono.
A maior parte do tempo eu me finjo de durona pra afastar tudo aquilo que eu não vou conseguir afastar depois que eu tocar.

Acho que é isso que eu precisava esclarecer.
Do refrão entoado 382798 vezes no carnaval de 2009 ficaram as lembranças mais lindas que duas pessoas "normais" levariam uma vida pra dividir.


"Eu já escuto os teus sinais..."

Foi um fim de semana e não seria preciso cantar mais nada.

Anunciação
Alceu Valença

Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarandoNossas roupas no varal
Tu vens, tu vens

Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
A voz do anjo

Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...
Tu vens, tu vens

Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...

Eu agradeço sempre. Por tudo.

Estou com

prisão de idéias. Quando sair, virá merda.

domingo, 20 de setembro de 2009

Meu namorado tá ficando cada dia mais famoso.

Primeiro ele aparece dando entrevista no programa Troca de Família, da Record. Depois ele dá dicas na rádio Sul América, sobre o trânsito de São Paulo. Duas vezes, minha gente. Já até ficou conhecido no stúdio na rádio. Juro.
E agora ele tem sua foto postada no blog mais acessado e interessante do Brasil, Pasárgada - O Nosso Refúgio.


E tudo isso se deu, caro amigos leitores, só depois de se tornar meu namorado.
Ou seja, eu sou o caminho, a verdade e a vida pra transformá-los em celebridades, meus senhores.
Eu sinto saudade de algumas pessoas que, apesar de levarem com elas uma parte linda da minha história, não couberam nos meus planos.

Escrevi isso, recentemente, no meu outro blog.

E sei lá, fim de domingo rima com saudosismo-nostalgia-melancolia. Uma falta de sei-lá-o-que que torna tudo mais interessante, vivo, colorido, mesmo quando a vida está lá, fazendo sua parte e jogando purpurina no dia-a-dia cinzento de quem precisa matar um leão por dia pelo direito de transformar planos em fatos. Mas, ainda sim, alguma coisa sempre falta, como diria Caio Meu-E-Da-Paty Fernando. Talvez um sorriso que coubesse no meu boa noite antes de dormir, ou um beijo de bafo e cara amassada numa manhã de segunda.

É, eu nunca estou satisfeita, como diria a Paty. Não me contento com menos que tudo o que eu quero. Não nos meus planos.

"Andei fazendo planos pra você... ", é a graça do mundo, tio Lenine.

sábado, 19 de setembro de 2009

Desventuras no Sul 2 - O confronto final

Pois é, fui pro cliente, resolvi o problema, consegui antecipar meu vôo, o lanche no vôo não foi "light", chegando em sampa fui ao guichê da TAM retirar minhas "armas brancas" que tive que despachar, depois nos achados e perdidos retirar minha carta de motorista que havia caído do meu bolso depois que fiquei emputecido com a atitude da cretina da atendente da TAM. Até aí estava lindo. Eis que, voltando apé pra casa (sim, moro a 2km do aeroporto), me cai um gato do céu (sim, caiu um gato, no meio da rua, fez um puta barulho). Instantaneamente eu olho pro céu, pra ver se não iria cair mais, e nada. Olho pro gato, ele olha pra mim com uma cara de "ai, essa doeu, porra". Em seguida, pra não perder a moral, o gato me estranha, e sai andando, entra em um barracão do aeroporto, e eu tentando entender de onde caiu o maldito gato! Depois dessa, nada mais aconteceu, e acho que nada mais me surpreenderá!

Fakedin e delírios sobre a consciência

Lançada em maio de 2003, a rede de relacionamentos profissionais Linkedin aos poucos vira sinônimo de enganação. Como o site não exige referência, muito “bóia fria” se apresenta como executivo de primeira linha. O caso mais lúdico encontrado por mim foi o de um “colega de trabalho” que fez vários uploads de apresentações criadas por outras pessoas da companhia e, no site, registrou como se fosse dele.

Não sou advogado, mas deve existir algo no artigo 299 sobre falsidade documental que fala sobre isso. Caberia a minha pessoa denunciar e fazer os velhinhos bebedores de whisky mais... Ricos? Penso ser impossível eles serem mais ricos, mas uma pessoa física, da classe média, certamente se tornaria de classe miserável após 2 segundos do primeiro round.

Em casos assim, tudo é questão de escolher o quão filho da puta se quer ser. Punir um pai de família e apoiar uma empresa opressora ou se calar diante de um delinqüente. Cara ou coroa foi o que eu fiz, mas não escreverei aqui sobre o lado da moeda, adeus.
Já escolhi o noivo, o vestido, e a data. A minha única dúvida é com qual música faço a minha entrada triunfal na igreja,



Sou Você
Caetano Veloso

Mar sob o céu, cidade na luz
Mundo meu, canção que eu compus
Mudou tudo, agora é você
A minha voz que era da amplidão

Do universo, da multidão
Hoje canta só por você
Minha mulher, meu amor, meu lugar

Antes de você chegar
Era tudo saudade
Meu canto mudo no ar
Faz do seu nome hoje o céu da cidade
Lua no mar, estrelas no chão

Aos seus pés, entre as suas mãos
Tudo quer alcançar você
Levanta o sol do meu coração

Já não vivo, nem morro em vão
Sou mais eu, porque sou você
Minha mulher, meu amor, meu lugar

Antes de você chegar
Era tudo saudade
Meu canto mudo no ar
Faz do seu nome hoje o céu da cidade
Lua no mar, estrelas no chão

Aos seus pés, entre as suas mãos
Tudo quer alcançar você
Levanta o sol do meu coração

Já não vivo, nem morro em vão
Sou mais eu, porque sou você



Ou,



Dia Branco
Geraldo Azevedo

Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...
Eu lhe prometo o sol

Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair

Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
Nesse dia branco

Se branco ele for
Esse tanto
Esse canto de amor
Oh! oh! oh...
Se você quiser e vier

Pro que der e vier
Comigo
Se você vier

Pro que der e vierComigo...
Eu lhe prometo o sol

Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier

Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
E nesse dia branco

Se branco ele for
Esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor...
Se você quiser e vier

Pro que der e vier
Comigo
Comigo, comigo.













Enquanto decido, espero o noivo escolhido se animar a casar comigo.

Sim, Paty e eu adoramos fazer planos pra toda a humanidade. Acho até que vou escrever um livro " Paty, os planos e eu. "

Desventuras no Sul

São Paulo, 05:00 de um começo de manhã de sexta-feira não muito fria, mas nublada, tomo meu banho e vou caminhando até o Aeroporto de Congonhas. 06:00 da matina, aeroporto cheio desde cedo, fila no “check-in” e nos cafés, começo a me estressar. Vou até um "totem" da empresa TAM pra emitir meu bilhete eletrônico, o que não deu certo, informa que devo mesmo tomar no cú e pegar a fila monstruosa, mesmo estando com apenas uma mochila. Pois bem, após longos 20 minutos de fila, entrego meus documentos à atendente da companhia, ela informa que não localizou a reserva do vôo, me irrito mais um pouco, e saco meu notebook da mochila pra mostrar o voucher eletrônico. Após alguns minutos (tempo para o cérebro da moça pegar no tranco, deve ser a álcool, e tive a paciência de esperar), ela pede a um coordenador que libere meu bilhete, maravilha, respiro aliviado. Quando estou prestes a dar um bom dia bem amistoso, a cretina solta: "Senhor, precisamos pesar a sua bagagem de mão, pois não pode passar de 5KG.". Começo a me “emputecer”, coloco a mochila na balança, e a cretina me diz, com ar amistoso de quem quer enfiar dois dedões no seu cú: "Senhor, o senhor precisará despachar sua bagagem de mão!". O sangue subiu, não sou de bater em mulher, mas nesse momento a cretina da atendente caberia no espaço que restava na mochila, bem dobrada. Mas de nada valeria espernear naquele momento, na verdade dei até sorte porque meu canivete suíço e um estojo novo de ferramentas que ganhei do meu amor estavam dentro da mochila, e provavelmente se eu levasse a mochila comigo, eu teria de deixar esses pertences na "PF". Me restou colocar o notebook debaixo do braço e passar pelo "crivo" da PF (é, aqueles "coxinhas" mais refinados e pseudo-estudados). Pois bem, chegando ao detector eis que encontro um senhor alinhado, cara de vendedor de títulos de seguro privado, perdendo as estribeiras e quase espancando os agentes da PF: "isso é um absurdo, todo dia é a mesma palhaçada, daqui a pouco terei de ficar apenas de cueca pra vocês verem que não carrego nada!". A verdade é que a lei é igual pra todos, e pelo menos ali ela foi cumprida, pois bem... O embarque para meu vôo já estava aberto, e eu achei bom, odeio aquela espera de saguão de embarque, entrei no avião, peguei meu assento e sentei nele, nessa ordem mesmo. Café da manhã de vôo é sempre legal, por isso saí de jejum de casa, mas eles sempre adivinham como anda minha vida e saúde corporal, e me serviram um café da manhã "light". O que me deixou emputecido no vôo foi a tranqüilidade e humor negro do piloto: "bom dia senhores passageiros, dentro de instantes pousaremos no Aeroporto Afonso pena, em Curitiba, o tempo por lá está nublado, em agradáveis 11 graus". Eu fiz questão de virar pro rapaz do meu lado: "agradável, só se for pra ele!". Pois bem, cheguei em Curitiba sem maiores pormenores, saí na calçada do saguão pra fumar um cigarro, aquele frio desgraçado com vento (o que é pior, podem acreditar), e um cidadão adiposo vestido de chinelo, bermuda, camiseta de torcida organizada do furacão, óculos escuros (pra que os óculos caralho, já está aparecendo bem sem eles nesse frio do cacete!), e fazendo pose de mau, preferi desviar o olhar para um ônibus da APAE que desembarcava as crianças para um passeio pelo aeroporto, e achei bacana demais. Chamei o táxi (sim, agora a firma disponibiliza voucher de uma cooperativa de taxi que atende em todo o país), fui de Pinhais a Curitiba "trocando idéia" com um senhor muito "gente fina", sotaque alemão levemente perceptível, e o assunto era o de sempre, e o que eu mais gosto de prosear com os taxistas: política e problemas das cidades brasileiras, mas ele profetizou uma coisa que me deixou com medo: Collor está voltando, aguarde e verás! Cheguei no cliente, e em cinco minutos constatei o que meu coordenador não havia constatado remotamente, o servidor de voz do cliente "mooooooooreu", mas o almoço com o cliente foi bom, no segundo cliente eu tomei um banho de realidade, "me toquei" que não há empresas de serviço de qualidade no que eu faço aqui no sul, e acho que vou pegar minhas malas, minha mulher, e morar por aqui. O dia terminou com uma pizza no quarto do hotel, frio pra cacete e chuva sem parar. Hoje é sábado, nem sei se o servidor novo do cliente chegou, não estou preocupado, só quero voltar pra sampa, como diria Sá, Rodrix e Guarabyra, "eu pego a montaria e vou rever o meu amor, depois de cinco dias pendurado no vapor"...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Estou mexendo no meu guarda-roupa. O que se torna um ótimo programa pra uma sexta-feira a noite em que seu namorado está em curitiba "trabalhando", e você em são paulo "morcegando". Experimentar roupas antigas é a maior terapia, juro. Você fica lá, em frente o espelho, pensando no quanto tudo em você mudou. Do corpo aos gostos. O que ontem era bacanérrimo, hoje é um sonoro "nem fodendo". O ser humano é muito volúvel, acho. Das roupas pros relacionamentos é um pulo. Fisionomias, opiniões, paixões, estilos... "Tudo muda o tempo todo", acho que é do Renato Russo, que eu idolatrava quando eu tinha 13 anos e que me enoja hoje, aos 24.

Hoje eu sou bem mais Cazuza e seu super-atual "O tempo não para". Não para e insistentemente continuamos.

E olha, as vezes gente melhora pra caralho em um monte de coisa e só se dá conta disso quando as roupas velhas já não nos servem mais...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Imagine se a moda pega

Um país da África, cujo nome é uma mistura de Suzana Vieira com Schwarzenegger, se inspira na novela o Rei do Gado e pensa na possibilidade de tatuar alguns de seus habitantes. A moda, sugerida por um parlamentar garanhão, visa “marcar” a população aidética para que ela não seja um problema para o regime de poligamia do país.

Caso fossem do sexo masculino, a meta de Timothy Myeni (mais conhecido como el comedor) era tatuar os soro positivo no peito. Já as mulheres seriam tatuadas na bunda, mas, é importante ressaltar que até o fim da edição deste blog não foram encontrados indícios, além do evidente, relatando o apoio ao sexo anal por parte da monarquia do país.

Fontes não seguras informam que o ex-ministro José Serra irá adotar o mesmo em São Paulo e tatuar quem tem gripe do porquinho no nariz.

Se você não gostou do humor negro deste blog, leia aqui a versão vitiligo desta reportagem.

sábado, 12 de setembro de 2009

Acabei de receber esse recado de uma "amiga"

Deus tem visto suas Lutas.
Deus diz que elas estao chegando ao fim.
Uma bençao está vindo em sua direçao.
Se você crê em Deus, por favor envie esta mensagem para 20 amigos.
Não ingnore, está sendo Testado
Se rejeitar lembre disso: "se me negas entre os homens, te negarei diante do pai "
Dentro de 4 minutos te dirão uma notícia boa.....


É um sinal. Vou virar cristã e começar a contar.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de setembro

Dia 18 vence meu aluguel... aliás, não meu, mas de coisas deixadas pra trás. 600 paus a porra do aluguel e eu nem moro mais lá. Ninguém mora lá. As porras das indenizações que acontecem na vida de um homem bom. O extrato do banco me mostra um número que não chega ao tamanho do meu pau duro, em centímetros. Hoje foi um dia bacana... ontem à noite fiz a barba, pela primeira vez de cara lisa em pouco mais de um ano. Ressalta os dentes podres, mas a água é muito limpa.

É porra nenhuma, no fundo do poço é só lama, lama fedorenta que não fede por estar embaixo d'água. Aqui onde estou, Renato Russo é rei, ativo, pirocudo e adora me comer. Só que o filho da puta não paga. Nem boquete ele paga pra mim... se pagasse, ia ser uma maravilha. Cada chupada, dé rreal, noves fora, com 60 chupadas gays na minha rola, eu pagaria o aluguel. Mas nem isso. O foda seria ter que ficar 60 vezes de pau duro pra boca do desgraçado gazelar. Isso, porque sou um vagabundo. Sou laranja de 3 empregos. 3 empregos, dia 11 e eu devendo. Mas o Brasil vai ficar rico.

E hoje foi um dia bacana... vou começar a trabalhar com a população de rua, lendo contos e poemas pra eles dramatizarem depois. Fechei hoje. O dia foi bacana até a hora em que fui tirar dinheiro para meu cereal noturno. Aí, Renato, o Russo, a Irmã Karamázov, veio e pegou de jeito. Furou até meu jeans. Estátua na parede e tome pintada.

Hoje, não vai ter bar, não vai ter whiskey, nem uma bosta de uma água mineral vai ter. 11 de setembro, dia em que as siamesas torres entraram feito boeings no meu rabo. Viva o Bradesco. Viva Renato Russo. Viva as desgraçadas que me fuderam. Viva a puta que pariu.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Unsung Miracle

Ritmo confuso
de toque raro
em luz difusa
no chão de cacos.

Traço meu centro
de pé fincado
em vidro agudo
que entra profundo.

Valso descalço,
pinto com sangue
o autoretrato
no chão do mundo.

Compasso torto,
ciclo imperfeito,
rastro certeiro
do passo em falso.

Um gosto de paraíso

Um amigo tem me feito convites seguidos e tentadores pra acompanhar sua banda em São Paulo. De lá, possibilidades pelo Brasil e pra fora do país, também. 'Cara, vai por mim, eu não ia fazer você largar suas coisas aí, seus empregos e sua família, se não soubesse que você vai brilhar e vai ter retorno disso... é só você não se empolgar muito e começar a gastar tudo que ganhar na noite com a noite. Eu tenho equipamento e contatos, você só tem que tocar essa gaita e soltar os cachorros no microfone.'
Tentação filha da puta... e eu sempre de perna bamba diante do meu próprio monumento.

Penúltimo degrau

Noite. Outra noite. Não é a mesma noite. Ao trancar o portão e sair, quase posso ouvir as engrenagens loucas do caça-níqueis que aciono ao dar o primeiro passo debaixo da luz dos postes. Nunca é a mesma noite. Sempre o lucro, feito noite japonesa, noite ruiva, noite loura, morena, pompoarista, escatofílica, de pés pequenos, de unhas pintadas e, graças, sem pintas enormes nas costas com pêlos descorados. Sempre o lucro, scort e anfitriã.
Tenho de pegar ônibus. Eu não dirijo, pro bem de todos e mal dos meus pecados, mas tudo se compensa. Chego rápido. A vida é curta e o caminho é longo. A noite é sempre outra, nem estreita nem plena demais. Quando saio de casa, eu piso o penúltimo degrau da escada para o céu. O copo na boca mostra que completei a subida. Impossível não sorrir, enquanto o whiskey (assim mesmo, com 'e', como na pronúncia do Mark Knopfler. Essa palavra é dele e minha) bless my soul. Beber é comunhão, crisma.
Alguém esbarra nas minhas costas. O jackpot fechou com morangos.

Whiskey e coágulos

Trecho de uma conversa de minha mãe comigo, hoje:

-Filho, hoje ouvi gente comentando umas coisas na fila do banco... você andou dando show no bar?
-Não, mãe, só canja... só começo a tocar na semana que vem.
-Não é disso que estou falando. Estavam comentando, dois caras, sobre um professor que andou xingando e chorando naquele bar... era você?
-Chorei sim, porra... o que esses filhos da puta têm com isso?
-Filho, a sua imagem...
-Mãe, minha imagem já foi pro caralho faz tempo, que se fodam essas porras.
-O que está faltando pra você? Tem alguma coisa faltando na sua vida, né, meu filho?
-Tem sim, mãe. Um aneurisma.


E só elas são felizes...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Independência mental e devaneios sensatos sobre religião

Hoje, sete de setembro de 2009, comemora-se a independência do Brasil. Uma data histórica e, por ser feriado, formidável para preguiçosos iguais a mim. Em um dia normal, eu poderia e certamente estaria me estressando neste momento. Mas, graças a Dom Pedro I, estou aqui em frente ao meu computador comendo chocolate, lendo as últimas notícias e me impressionando com a manipulação mental em nome de Deus.

Há algumas horas, mais precisamente às 10 da manhã cerca de mil evangélicos, comandados pelo casal Hernandes, o jogador Kaká e a ainda desconhecida pastora Adriana, uniram-se na cerimônia de lançamento da pedra fundamental. Este evento visa reconstruir a cede da igreja Renascer em Cristo que desmoronou em janeiro deste ano e matou nove pessoas.

Para muitos este acontecimento não é nada absurdo, e para outros seria uma forma de superação e demonstração de fé. Contudo, não me conformo em ver mil pessoas unidas para criar uma igreja nova quando existem pessoas passando fome e morrendo de frio. Qual seria a reação de Jesus (aquele que se irritou com o comércio na casa de Deus ‘Mateus 21:12’) ao ver a cerimônia de lançamento da pedra fundamental?

Confesso gostar de usar o termo “pequenas igrejas, grandes negócios” ao debater religião. Mas a Renascer, IURD e principalmente a ICAR, destruíram a essência dessa frase. Os seus templos não são pequenos e têm como meta o luxo, tamanho e beleza. E a pergunta da vez é... Será que Jesus se sentiria bem ao entrar no Vaticano? Também sigo intrigado sobre o número de chibatadas que o santo Papa levaria.

Por fim, toda essa história da igreja Renascer me fez lembrar o filme ‘Indiana Jones e a Última Cruzada’, de 1989. Em uma de suas cenas, o filme mostra um homem aplicando os valores da época (riqueza, poder e ganância) ao tentar encontrar o verdadeiro Santo Graal. No fim, o bem ganha e o mal se ferra, como em todo filme americano, mas a história retrata bem o meu pensamento sobre a imundice de relacionar Deus e dinheiro.

Para quem não viu, segue o filme:



PS: Em minha opinião existem religiões que seguem a risca a filosofia de cristo, mas infelizmente, estas estão em extinção.

Troca-troca franco-brasileiro

Embora eu achar Lula e FHC borbulhas do mesmo Champagne, é impossível não admitir a superioridade do atual presidente no quesito “em Roma como os romanos”. Enquanto o tio do PSDB é quadradão e incapaz de se adaptar a mudanças, o PTista vai na onda. O cara convive bem com pinguços e franceses, pois o importante, para o barbudo, é alcançar as metas.

Uma prova disso é o encontro entre ele e o presidente francês Nicolas Sarkozy. Lula, nordestino, barbado e pai de família, “faltou” apenas sair de mãos dadas com o cascão europeu pelo aeroporto da capital. Sim, a rainha da Inglaterra tupiniquim quebrou o protocolo e foi, em pleno domingo, esperar o sujismundo chegar de viagem. Teria Lula se rendido a viadagem francesa por um simples acordo militar de 12 bilhões de dólares?

Bem... Uma imagem vale mais do que mil palavras; então veja a foto abaixo e reflita:

Apesar de Lula ser fã do Ronaldo, eu penso que aquilo não foi uma encoxada. Dificilmente um chefe de estado jogaria tanto dinheiro da defesa nacional nas mãos de um cidadão que não sabe proteger a própria retaguarda. Porém, se você for um bom observador e leu as aspas do segundo parágrafo deste rabisco, irá entender o que eles fazem na foto.

Eu particularmente ainda acho que esse acordo deveria ter sido assinado no dia 12 de Junho. Mas como a minha palavra e a da Dilma têm o mesmo peso, o encontro, que dura apenas um dia, teve seu inicio apenas neste domingo, dia oito de Setembro.

E como eu dizia antes... Adaptabilidade para lideres é “um tudo”. Por isso a máxima sobre Roma deve ser customizada pela sua imaginação para a forma que ela bem entender e se sentir relaxada. Mas lembre-se... Fica a dica para tomar cuidado e não deixar sua mente viajar, sem usar proteção, por vertentes de
lideranças estilo Marta Suplicy.

domingo, 6 de setembro de 2009

Brasil 3 x 1 Argentina mas...

Não sei se apenas eu tenho essa ausência de sentimento com a seleção do Dunga. Ontem mesmo ocorrendo um massacre canarinho em terras inimigas, ainda não tive emoção alguma com aquele time. Claro que gostei do resultado, pois eu, mesmo sendo São Paulino, torceria até para o time do Corinthians se fosse jogar com a Argentina.

Talvez seja isso... Aqueles que jogaram ontem me passaram a idéia de time e isto eu já tenho. Eu e talvez a maioria dos brasileiros gostaríamos de ver a seleção do nosso país em campo e não uma equipe estrangeira em campo. Não serei injusto, aquele grupo está jogando muito bem, porem essa falta de identidade entre eles e o Brasil faz com que uma única derrota se torne motivo de questionamentos e pedidos demissão do técnico.

Eu, brasileiro sofrido com as noticias do JN, mereço uma seleção brasileira para alegrar minha vida. Afinal, como diria o meu eu lírico, quando quero ver um time estrangeiro jogar, eu acesso o youtube e vejo os highlights do Real Madri. Falta emoção, falta amor à camisa, falta tirar o tri atleta (vulgo Robinho).

Talvez uma solução para esse grupo seja usar de vez o Kaka como garoto propaganda entre os evangélicos e transmitir os seus jogos apenas na Record com narração do Bispo Macedo. Eu sei que agora deixei meu eu lírico falar por mim, mas eu sinto saudades de Romários, Renatos Gaúchos e Felipões. Brasileiro é um povo errado que da certo pela paixão em si mesmo. É isso que eu quero, uma seleção errada e cheia de paixão pela bola.

Fora certinhos do caralho... Eu quero é a seleção do BRASIL, porra.

sábado, 5 de setembro de 2009

YES, nós temos a receita da bomba atômica.

E aquela criança, que matava pardais com seu estilingue, hoje ganhou um brinquedo maior.
Um game da moda, bastante disputado, porem não recomendado para humanos. O IME, por acidente, lhes apresenta... a formula da bomba atômica.

Mas calma, não há motivo para pânico... Segundo o doutor Barroso, o Brasil não precisa fazer a bomba, basta mostrar que sabe. E, por isso (acredito eu) lançou o livro de receitas letais A Física dos explosivos nucleares, que em minha humilde opinião, deveria ter sua leitura exigida naquela penitenciária de campo grande onde está o Beira Mar.

A propósito, imagine um livro desses nas mãos de Ana Maria Braga (aquela que se apoderou do Death Note para se vingar do ex de Suzana Vieira). Pra falar a verdade, não quero ver isso acontecendo e, pelo que tudo indica, o AIEA também não quer, pois exigiu que o livro fosse censurado. Mas, como diria um amigo imaginário, a Agência Internacional de Energia Atômica é igual a minha amiga Fernanda que briga, esperneai e ninguém obedece.

E no meio dessa brincadeira (e para não me deixar mentir sozinho) o ministro Nelson Jobim censurou a censura do livro, emburrou, se fechou em seu quarto e segundo o portal terra, não quis se pronunciar sobre o assunto.

Telefonica and me

- Telefonica, bom dia. Está ligação está sendo gravada para sua segurança; Com quem eu falo?
- Bom dia, meu nome é Rodrigo e eu gostaria de cancelar minha linha telefônica, pois não me adaptei com a qualidade dos serviços de vocês.
- Pois não, senhor, aguarde um instante.

Após 8 minutos de musiquinha infernal de caixinha de música nos ouvidos....


- Desculpe a demora, senhor. Por que deseja cancelar a sua linha?
- Eu não me adaptei com a qualidade dos serviços de vocês.
- Não compreendo, senhor.
- O serviço de vocês é péssimo e caro.
- Só um momento, senhor.

Agora, quatro minutos de musiquinha infernal de caixinha de música nos ouvidos....

- Desculpa fazê-lo esperar senhor.
- Tudo bem, sem problemas.
- Estou preenchendo uma ficha com o seu nome. Poderia me fornecer alguns dados?
- Sim, claro.
- Seu nome completo, CPF, Telefone e endereço onde a linha está instalada, por favor.
- Rodrigo... Meu cpf é 0... o endereço...
- Desculpa, o senhor poderia fornecer uma informação de cada vez, por favor?
- Sim!!! Meu nome é Rodrigo...

Após, os dados serem fornecidos, um de cada vez...

- Senhor, preciso de mais algumas informações para finalizar o seu cadastro.
- Pois, não, Diga.
- Me diga, qual o motivo do senhor estar cancelando a linha e se o senhor tem algum parente amigo ou colega que o senhor poderia estar passando o privilégio de usar os serviços da Telefonica.
- Só uma pergunta, a ligação está sendo gravada, certo?
- Sim, senhor, está sendo. Por quê?
- Então, você poderia voltar a fita e ver o motivo de eu estar querendo cancelar a linha... Lembra... Qualidade de serviço te lembra alguma coisa?
- Só um momento senhor...

Dois minutos após... Ah, claro, a musiquinha...

- Senhor, desculpe a demora. O senhor reclama da qualidade dos serviços prestados... Bom, o senhor gostaria de transferir a linha para alguém?
- Não... Eu sou cristão.
- Desculpa senhor, não compreendo.
- Eu só faço aos outros aquilo que eu gostaria que fosse feito a mim.
- O senhor poderia ser mais especifico?

Ela quem pediu...

- Bom... Eu penso que seria maldade minha fazer com que alguém, ainda mais amigo ou parente, passe pela mesma situação que eu estou passando agora.
- Entendi... O senhor não passando a linha para ninguém, o senhor fica com um débito com a gente, pois o senhor tem o Speedy e...
- Sim, eu quero cancelar ele também. Ele é péssimo e caro.
- Para cancelar o Speedy o senhor terá que fazer um outro atendimento, pois só é possível cancelar um serviço de cada vez.

Prevendo minha ira...

- Senhor, aguarde um momento.

Após mais, seis minutos de musiquinha na veia:


- Senhor, obrigado por aguardar. Consta um débito de R$150,00 agora pelo cancelamento da linha. Assim que quitado o débito, o senhor poderá ligar novamente e efetuar o cancelamento do Speedy. Mais alguma coisa em que posso ajudá-lo?
- Sim, poderia me passar para o 102, preciso pesquisar o telefone do procon?

Sobre a rainha dos marcadores

Me admiro ao ver que a Paty não sabe usar um vídeo no Youtube num blog e só cola o link.
Poderiam mudar o design do blogger. Essas cores são o-fim.
(Pinta tudo de rosa-chiclete, benhê)
Anjo cor-de-rosa, primeiro vira homem...
Segundo, para de escrever como se fosse a Paty...
Pilantra!

Aquilo que vem depois da tréplica

Venho através desta informar que pessoas cultas lêem e se destacam pelas idéias e não pelas roupas estranhas que usam. Aliás, é notório que esse papo de rebeldia através das vestimentas é démodé.

Intriga-me, caro amigo leitor, ver que alguém que afirma não ter preconceito contra tipos de tipos, quer ser taxada de gostosa. Seria isso complexo de inferioridade daqueles que pessoas que nunca ganharam uma libertadores tem?

Bom, caro amigo leitor, peço que desculpem a senhorita Fernanda, pois ela não sabe o que diz.

Muito atenciosamente,
Rodrigo.
Música pra foder a alma,


Galho Seco
Zé Geraldo


Quando um homem chega na encruzilhada, olha pra um lado é nada, olha pro outro, é nada também. Aí, aí, o céu escurece, o céu desaba e tudo se acaba. Mas quando tudo tá perdido na vida, só quando tudo tá perdido na vida, é que a gente descobre que na vida nunca tudo tá perdido, minha flor.

Eu andava acabrunhado e só
Perdido e sem lugar
Feito um galho seco
Arrastado pelo temporal
Pensei até em enrolar minha bandeira e dar no pé
Eu pensei até em jogar fora a minha história, os documentos e aquela fé
Fazia tempo que o sol não derramava luz na minha vidraça
Depois que tudo passa
O vento leva as nuvens negras noutra direção
Também pudera
Uma hora era o fogo que rasgava o chão
Outra hora era a água que descia e afogava toda a plantação
Ainda bem que me restou o seu sorriso
Que me alumia a alma
Que me acalma quando é preciso
E como eu preciso!E como eu preciso!
Que me acalma quando é preciso
E como eu preciso!
E como eu preciso!


http://www.youtube.com/watch?v=DsGdLBRQSEg

Tréplica

Você diria, caro amigo-leitor, que essa é mulher de personalidade forte-charme-e-estilo.

Uma mulher que sabe se destacar com suas vestimentas, que arranca suspiros dos graçons da vida, que não tem medo de apostar naquilo que acredita, que corre todos os riscos, que não tem preconceito contra nenhum tipo de "tipo", que sabe usar a cor vermelha-sexo-sem-culpa a seu favor, que é considerada somente pelos viados, apenas legalzinha. E, principalmente, que não perde tempo lendo reportagens sobre cobras em privadas lá no Taiwan.

Ou você diria apenas, caro-amigo-leitor, que ela é gostosa.

Réplica

O que você, caro amigo leitor deste blog, diria de alguém que usa cachecol e havaianas?
O que você diria de alguém que se veste igual um traveco para ir à pizzaria freqüentada por Paulo Maluf?
O que você diria de uma pessoa que aposta que um time, que falta 3 pontos para se sagrar campeão quando o mesmo ainda têm 6 pontos para disputar, não será campeão?
O que você diria de uma pessoa que se diz do povo e namora um nerd que leva um Notebook para uma pizzaria?
O que você diria de uma pessoa que usa, no MSN, foto com roupa vermelha, com a língua pra fora, pra combinar com a cor da letra que também é vermelha?
O que você diria de uma pessoa que tem várias amigas gostosas, mas só consegue ser legalzinha?

Eu não sei o que você diria, amigo leitor, porém eu te afirmo com conhecimento de causa que essa pessoa é um fracasso. Afinal, essa mesma pessoa não sabe que pomba, rola e aves são a mesma coisa e o que é pior... Não viu a matéria onde uma cobra saiu da privada... Para quem também não viu segue a matéria:

Um cidadão de Taiwan de 51 anos teve o dia mais azarado de sua vida no último sábado (9). Quando foi ao banheiro, ele sentou normalmente na privada, mas não imaginava o que o esperava: ele levou uma mordida de uma cobra no pênis, segundo o jornal "China Times".

"Assim que sentou, ele sentiu uma dor como uma facada e se levantou rapidamente", relatou o "China Times". "Quando olhou para baixo, ele viu uma cobra grande [dentro da privada]", acrescentou o periódico chinês.

Natural do Condado de Nantou, o homem está internado no hospital Puli Christian. Ele não corre risco de morte. "Assim que tiver passado o risco de infecção, ele receberá alta", afirmou o diretor do hospital.

Uma TV local mostrou imagens do réptil sendo retirado do banheiro.





Fonte: TV canal 13.

Como podem ver, eu mato a cobra, antes que ela morda minha rola, e mostro o pau. Ha!
O Anjo, vuldo Rodrigo, se tornou a pessoa mais sem moral pra falar de minha humilde e adorável pessoa, desde o dia em que me disse que tem uma pomba no meio das pernas. E ainda se justificou: "Rola, pinto, pomba... Tanto faz, é tudo ave."

Detalhe, chegamos a essa informação depois que ele me chamou pra dizer que não caga fora da privada de sua casa porque tem medo que uma cobra pique sua "pomba" se estiver sentado em privadas alheias.

Sem mais.



P.S: Paty, sobre a lâmpada mágica, hoje, sem pensar, eu pediria férias de 60 dias. Juro.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Verdades

Estou com preguiça de escrever algo útil... Então apenas trago algumas verdades.

A Paty é louca.
A Fê não vale nada.
O Izael, vulgo Senna é viado.
O Renato adora peidar em sacos alheios.

Em breve mais alienados estarão presentes nesse blog.

Um Dia de Merda

Aeroporto Santos Dumont, 15:30 . Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas . Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. " Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo ." O avião só sairia as 16:30.Entrando no ônibus, sem sanitários . Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: "Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro"Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda . O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante:"Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido à obras na pista ." Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele . E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado .Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que da vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada . Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal .Mas sem dúvida, a situação tava tensa . Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério : " Cara, caguei." Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou - me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle . " Que se dane, me limpo no aeroporto " - pensei . "Pior que isso não fico ." Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte . Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda . Desta vez, como uma pasta morna.Foi merda para tudo que e lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés . E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade . E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado . Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa . E me caguei pela quarta vez .Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca , mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pelos do rabo junto . Mas era tarde demais para tal artifício absorvente . Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada .Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas.Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco . Olhei para cima e blasfemei: "Agora chega, né ?" Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço ) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia .Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o " check-in " e ia correndo tentar segurar o vôo . Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte . Ele tinha despachado a mala com roupas . Na mala de mão só tinha um pulôver de gola "V". A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus .Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis . Minha cueca , joguei no lixo . A camisa era história . As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda . Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10Teria que improvisar . A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnifica máquina de lavar . Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água..Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu . Estava pronto para embarcar . Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calcas do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola "V", sem camisa . Mas caminhava com a dignidade de um lorde.Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando " O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO" e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria . A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo . Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: " Nada , obrigado . Eu só queria esquecer este dia de merda !!! "

Listinha

Listinha de coisas quase imperdoáveis que só os homens fazem por você:

1- Olhar para a bunda de outra mulher enquanto diz que te adora sentado de frente pra você numa mesa de bar.

2- Dizer "Que bom!", efusivamente, quando você diz que emagreceu alguns quilos.

3- Dizer, no meio de um papo sério, que você é uma pessoa altamente zuável e que ele se controla pra não tirar uma com sua cara várias vezes durante o dia.

4- Negar um beijo no meio do bar lotado, mesmo que para isso, ele tenha que se debruçar sobre a mesa cheia de garrafas de cervejas para se fingir de durão.

5- Tocar sempre no assunto "ex-namorada". Sempre a mesma ex, do primeiro ao quinto encontro.

6- Não acreditar no que você diz, mesmo que você já tenha repetido mil vezes que não faz mais aquilo que você fazia aos seus 17 anos.

7- Bancar o difícil no fim da noite e parecer um iceberg ao teu lado no carro, enquanto você transpira larvas de vulcão.

8- Gravar dois cds pra você, com mil músicas em cada um, e esquecer justamente a que você mais gosta. Exatamente a que te faz lembrar dele.



*


Entre outras coisas que seriam imperdoáveis-sem-quase, não fosse a voz canalha de Carpinejar soprando no ouvido que, "uma mulher perdoa tudo em um homem, menos que ele não a ame com coragem".
... É lamentável ver mulheres saudáveis, bonitas, inteligentes, com uma vida de oportunidades inteira pela frente, sucumbir a idéia de que a felicidade esteja diretamente relacionado ao IMC abaixo dos 20.
E o mais lamentável é perceber que a sociedade em que vivemos apóia e bate palma pra tamanha idiotice, como se a capacidade de uma mulher fosse medida pela numeração de sua calça jeans.

Ah sim, há algo ainda mais lamentável. Lembrar que essa mesma sociedade é formada por duas fatias do bolo (com o perdão do pleonasmo). A primeira é formada por pessoas que abraçam essa ditadura do alface, e que acabam por darem mais importância ao ponteiro da balança do que a própria saúde física, e a segunda, formada por pessoas que passam a vida tentando e não conseguem se encaixar no padrão estético ISO 2000 IMC -20, e que acabam por darem mais importância ao ponteiro da balança do que a própria saúde mental.

Já está mais do que na hora das pessoas se livrarem do peso (opa, outro pleonasmo) de refeições servidas em pratos de culpa regadas ao molho de paranóia. Comer saudavelmente não é sinônimo de passar fome. E ossos saltados não significam beleza absoluta.

Ou isso, ou seremos obrigadas a tomar uma medida drástica. Saíremos as ruas com nossas barriguinhas, pneuzinhos e culotezinhos pintados de verde e amarelo clamando pelo direito de continuarmos sendo apenas o país da bunda grande.

Lembram dos caras pintadas? Funcionou, não é?
Pois é.
Era início de verão, ou fim de primavera, tudo sempre depende do ponto de vista. Prefiro optar pelo início de verão porque sempre me senti atraída por começos. Era um dia sem sol e sem chuva, mas nem por isso sem charme. Se viram pela primeira vez sem a proteção dos céus e a poesia do vento, num ambiente, digamos, tumultuado. Ninguém precisa de proteção dos deuses quando se tem vontade, pensaram quase instantaneamente.

Teve um abraço, um abraço esperado há alguns meses. Um abraço de quem já se conhecia mesmo sem se conhecer, e um encantamento que só as expectativas trazem. Conversaram com palavras, toques, cheiros e gostos, quase como uma urgência da alma. Era importante que fosse assim.. Era preciso. Não tiveram tempo de pensar no que havia sido antes, nem no que haveria de ser depois. Não quiseram pensar, não conseguiram pensar. Algo daquele momento os preenchia de uma forma que não deixava espaço pra nenhum outro pensamento, senão estar ali, à sorte do que estavam arriscando viver.

Era certo que naquele momento existia sintonia, que existia carinho, que existia tesão. Assim como era certo que não existiam planos pra depois daquele encontro. E era exatamente essa certeza que os fazia tão vivos e intensos naquele instante. Tenho pra mim que todos os encontros, todos os gestos, todas as ações, deveriam ser assim, concentradas no tempo exato em que acontecem.

Caio Fernando Abreu adora usar a expressão " neste momento ”, e acho, de verdade, que é o único jeito de se viver por inteiro uma situação. Neste momento é quase uma declaração de entrega sem cobranças. É quase a tão sonhada liberdade da espera assustada e insegura pelo que virá depois.
E foi assim que aquele verão começou para os dois. Sabiam que não seria o início de uma história de amor, mas a verdade é que não pensavam em saber o que seria. Não se importavam em dar nomes ou condições ao que estavam vivendo. "Ninguém precisa parecer absurdamente feliz para os outros, para se sentir absurdamente feliz". E viveram. Intensamente viveram.

Gosto de pensar que algumas coisas acontecem, marcam e ficam sempre guardadas. Viver assim, sem cobranças ou expectativas. talvez signifique nunca ter um raio de sol guardada dentro de uma caixinha na cabeceira da cama, mas quem já sentiu a força de um furacão batendo no rosto aprende a fazer seu próprio calor, mesmo cercado de neve.
São Paulo tem gosto de café puro, quentinho, servido num copo americano de um balcão de padaria. Gosto de pão na chapa. De feijoada as quartas, pizza aos sábados e macarronada aos domingos. De arroz com feijão no restaurante da esquina. De china in box nos feriados. São Paulo das receitas do mundo.

São Paulo tem cheiro de chuva em dias de sol escaldante. Cheiro de neon ao anoitecer. De fumaça de cigarro de menta. De perfumes doces. De frutas ácidas. Cheiro de asfalto com flor do campo no meio dos concretos. Cheiro de infância. De sexo barato. Cheiro de maçã do amor. São Paulo dos aromas marcantes.

São Paulo tem a cor vermelha da paixão pela vida. O rosa da ingenuidade das crianças que ainda são crianças. O verde da sorte que talvez só venha amanhã. O amarelo da energia pulsante de uma cidade que não para nunca. O branco da paz que se perdeu em meio ao cinza da ganância e do egoísmo, mas que ainda se busca no que restou da cor nos olhos alheios. O preto da força, dá volta por cima, do aguentar todo dia. São Paulo da cor lilás das diferenças. São Paulo da aquarela do Brasil.

São Paulo tem cara de trabalhador. De gente que levanta às 4 da madrugada e só volta pra casa quando o dia já virou outro dia. De gente que pede esmolas nas esquinas. De gente pilotando seus carrões de luxo. De gente que é vítima da violência. De gente que propaga a violência. De gente com sobrenomes que dão sustento. De gente que batalha pra sustentar seus filhos. De gente que passa fome. De gente que desperdiça comida. De gente que ri das degraças alheias. De gente que desgraça as risadas alheias. São Paulo de todos os princípios que sucumbem as paixões.

São Paulo tem som de grande concerto ao ar livre. De buzinas de carro. De pássaros cantando. De cachorros latinho. De gente ao celular. De risadas escandalosas. De choros compulsivos. De acorde de guitarra. De bateria de escola de samba. De nota de violão. De contagem de tango. Da batida do hip-hop. De entrada de bolero. São Paulo do som do pulsar de um coração gigante.

São Paulo de todos os gostos. De todos os cheiros. De todas as cores. De todas as caras. De todos os sons.

São Paulo de todos os mundos. São Paulo de um único brinde: "Por tudo o que a gente quiser e quiser e quiser..."
"No exercício da vida, essas coisas acontecem: você se separa do seu melhor amigo e, de repente, tem que fazer uma caminhada diferente, sozinho. Mas jamais acreditei que isso pudesse ser definitivo. Não que a gente tivesse que voltar a fazer música. Mas nunca me passou pela cabeça que não fôssemos mais tomar uma cerveja juntos. Jamais."


Depoimento de João Bosco, depois de retomar a antiga parceria e amizade com Aldir Blanc.



Eu já disse que só na amizade se encontra essa sensibilidade filha da puta de "ternos-retornos"?

Qualquer coisa assim, de especial: "A gente sempre volta pra gente".

PAU NO CÚ da moda, do visual, e da sociedade moderna!

Eu já nem sei quando foi que a sociedade perdeu seu senso de respeito. O defeito de um é a muleta do outro. O intelectual e agradável foi engavetado, e a moda "você é o que você veste, e o número que te serve" veio com tudo, em todas as esferas da sociedade... Na própria empresa onde trabalho, quem é "descolado" é popular, agradável, produto de academia e seguidor das novas tendências do "o que é preciso para ser popular". Prefiro continuar na minha "coisa antiga e estranha", ainda mando tudo à merda, e vou morar numa caverna!