domingo, 27 de dezembro de 2009

Interessante, essa buceta toda. Não consigo mais beijar na boca, não consigo mais trepar, não consigo mais escrever... esse ano que passou foi, definitivamente, uma bosta e lá vem ele de novo com amargura, azedume, tristeza por favor vá embora, como sofre o peixe vivo fora da fervura. Saudade de velhos tempos recentes, saudade de tocar, saudade de ser tocado, saudade de tocar o foda-se e ser o galo do terreiro. Morri de véspera e o peru não foi pro forno. Ano que vem, quem sabe, melhora, quem sabe a porra toda desande. Quero mesmo é desandar, cagar em cada aresta dessa vida escalena e escalopada.

Mas nem tudo são tais flores. Na verdade, é mais vontade de escrever que outra coisa. Criança sabe por que fica de castigo. Deixa castigar, castiga tudo, meu pau, meus olhos, meus dentes e minhas tripas. Enquanto houver amortecedores, há esperança, e partindo disso, vou por aí, sacando a comiseração das pessoas com a minha figura, os sorrisos de boca americana (tem coisa mais cínica que um americano sorrindo de boca fechada? Reparem no sorriso do Donald Rumsfeld), aquele balãozinho de nuvem escrito 'lá vem o maluco, coitado... lá vem o caso perdido, lá vem aquilo que não presta, lá vem o homem de merda, o loser, o temba, o capiroto, o agressor, o pobre-coitado, o filho da puta' e coisas da alçada. Fodam-se todos, pixotinhos... vão passar pancake nas suas vidinhas. A maçã dos seus rostos é de cera. A minha tem bichos mas tem polpa.

Assim, tenho fumado a vida e bebido os dias. Aqueles que realmente me conhecem, conto-os nos fios de cabelo de um ovo, me consideram um herói.

Minha grande proeza é o sorriso. E que sorriso filho da puta de simpático eu tenho.

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