terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Hoje, minhas amigas e eu, estávamos conversando sobre Malhação.

Sim, caros amigos telespectadores, malhação, a série que começou como academia, virou clube, depois escola e bla bla bla.

Falávamos sobre o tanto de tempo que já se passou desde o primeiro epsódio. Inacreditáveis 16 anos, senhores telespctadores. E de uma conversa sobre um tema tão fútil e superficial, pulamos pra parte existencialista desse mundinho sacana.

Há 16 anos, eu brincava de boneca. E corria pra frente da TV pra ver o Dado, Éricles e companhia, e ficava lá, sonhando em crescer logo, entrar numa academia e conhecer uma porrada de gente bacana, bonita e interessante. E eu lembro, que nessa época, o máximo que eu alcançava da maturidade, era passar o recreio inteiro vendo a turma da 8° série da escola se divertindo. Eu queria por que queria fazer logo a porra dos 14 anos pra poder frequentas as matinês, ir ao shopping com os amigos, paquerar os menininhos das outras salas, e contar vantagens sobre uma vida sexual inexistente.

O tempo passou voando, aproveitei pra cacete a minha adolescência, não nego, mas eu não imaginaria que as maquetes de isopor seriam tão chatas e ocupariam tanto o meu tempo. É, caros leitores, quando se tem 14 anos, trabalhos de escola e isopores são praticamente sinônimos.

Tanta maquete me fez querer que os 18 anos chegasse logo. No fundo, acho que toda menina sonha com isso. Não ter hora pra chegar em casa, arranjar um trampo bacana, fazer as prórpias escolhas, tomar porres com os amigos, beijar até cansar, e essas coisas "super maduras" que crianças não podem fazer.

Pois bem, pisquei os olhos e lá estava eu, com meus 18 anos de vida nas costas. Foi a fase em que eu mais fiz merda na minha vida, e merda fedida mesmo, de ninguém botar fé que eu chegaria aos 21. E eu cheguei. Não tenho muitas coisas bacanas pra contar dessa fase, as que me pareciam bacanas na época, com o tempo eu fui fazendo questão de esquecer. O lance é que quando se chega nos 21, a ficha começa a cair.

Você já tem idade pra chegar em casa só no dia seguinte, mas precisa acordar cedo pra trabalhar. Tem grana pra comprar "as suas coisinhas", mas não tem tempo porque tem que trabalhar. Não precisa acordar cedo porque não trabalha, mas também não tem grana pra fazer porra nenhuma. Pode beijar quem quiser, mas quem você quer, quase sempre não quer te beijar ( a famosa lei de murphy e tal). Enfim, é aí que eu quero chegar.

O tempo passa rápido pra caralho.

Há 16 anos, quando começou Malhação, eu era uma pirralhinha que sonhava em virar gente grande, mas nem passava pela minha cabeça as consequências que o tempo joga na nossa cara. E ele joga mesmo, e quase sempre joga pesado.


E eu era uma "pré adolescentizinha" que achava Malhação o máximo. Que via corpos perfeitos como a qualidade mais importante em um ser humano. Que achava tomar porre, a coisa mais "sacadinha" do universo. Que beijar cinco bocas num mesmo dia, era o maior feito da humanidade.

Em 16 anos eu mudei pra caralho. E eu tenho um puta orgulho, por mais contraditório que isso possa parecer, de ter sido uma criança apaixonada pela primeira fase de malhação. Eu sonhei. Eu fui uma criança com sonhos de criança. Não queimei etapas, não tive traumas. Olhando essa época, eu consigo enxergar, claramente, as minhas mudanças. Eu quase consigo tocar cada transformação que aconteceu no meu jeito de perceber o mundo fora das quatro paredes da minha sala. Meus gostos, minhas idéias, minhas opiniões, minhas verdades, minhas causas, minhas lutas e tudo que foi amadurecendo enquanto malhação continua reinando absoluta nas tardes da globo pra um monte de gente pequena que ainda vai se descobrir.


Sei lá, acho isso de pegar um parâmetro de tempo tão do caralho, que lendo agora tudo o que eu escrevi, acabo de chegar a conclusão de que o ser humano é absurdamente mutável. Estamos, ao longo dos anos, em constante mudança. E esse constante moinho vai perdurar até o dia em que entendermos que o tempo passa voando entre nossos dedos, e o que vai nos dar sempre a noção exata do que somos sem nos perdermos diante de tantas trasnformações, são os nossos princípios. Aqueles mesmos, que aprendemos, pasmem, antes mesmo de aprender que existem calendários

Brindemos enquanto podemos...

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