terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A palavra mágica é charme.

Com tantas clínicas de estética, academias, cirúrgias, truques e derivados, qualquer pessoa com um pouco mais de dinheiro, ou economias guardadas durante anos, pode se tornar uma pessoa bonita.

Com tantos livros, meios de pesquisa, professores particulares, cursinhos gratuitos, informação, qualquer pessoa com um pouco de foco e disciplina, pode se tornar uma pessoa inteligente.

Com tantos escritores bacanas, assuntos políticos atuais, bandas fodidas, religiões diversas, filosofias criadas, qualquer pessoa com um pouco mais de interesse e vontade, pode se tornar uma pessoa com um papo interessante.

Com tantos cursos de etiqueta, aulas de dança, voz, guitarra, bateria, gaita ou violão, clubes do vinho, programas de culinária, qaulquer pessoa com um pouco mais de tempo livre e paciência, pode se tornar uma pessoa encantadora.


Agora charme, meu amigo, charme é um lance que ou você tem ou você não tem. Não se aprende com o tempo, não se adquire com persistência e não se compra nas butiques caras da José Paulino. Forçar charme é ficar apenas um pouco mais sem graça que o habitual.

O jeito de segurar o copo de plástico na hora de beber a cerveja, o jeito de tragar a fumaça do cigarro, o jeito de gesticular na hora de uma conversa mais enérgica, o jeito de soltar um palavrão quando não há mais nada a ser dito, o jeito de viajar numa música que tá tocando, o jeito de olhar nos olhos de alguém, e principalmente, o jeito de fazer, talvez não a coisa mais certa a ser feita naquele momento, mas do jeito mais certo de fazer a coisa errada, nada disso pode ser feito de um jeito que não seja o natural.

Com verdade, charme rima com verdade em cada gesto bobo do cotidiano. E é aí, meu amigo, na hora de fazer as coisas mais simples com verdade, que a maioria das pessoas se tornam macacos treinados de circo.

Vinicius de Moraes que me desculpe, mas charme é fundamental.

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