sábado, 17 de abril de 2010

Achei de foder. Então,


Durante as madrugadas insones, vez ou outra, me vejo às voltas com o seguinte devaneio: escrever algo que seja como uma obra musical, uma obra musical que alguém queira ouvir repetidamente. Apenas alguns compassos. Por sorte, esse devaneio logo se desfaz, enterrando qualquer pretensão, dando lugar a uma recorrente constatação, disfarçada de memória. Tempos atrás, conheci um homem que tinha facilidade para ler as emoções dos outros, o que lhe causava extrema amargura. Em meados de um outono qualquer, misteriosamente, essa capacidade desapareceu durante um dia inteiro. “Soube então o que era ser feliz, mas também foi o momento em que mais me senti vulnerável”, ele me disse.

Douglas Kim

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